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Assembleia Legislativa

- Publicada em 22 de Março de 2022 às 21:21

Deputado Ruy Irigaray tem mandato cassado

Cassação de Irigaray (de pé) teve 45 votos favoráveis e 3 contrários

Cassação de Irigaray (de pé) teve 45 votos favoráveis e 3 contrários


/CELSO BENDER/DIVULGAÇÃO/JC
Marcus Meneghetti
O deputado estadual Ruy Irigaray (PSL) foi cassado ontem na Assembleia Legislativa. A perda do mandato recebeu 45 votos favoráveis e três, contrários. Irigaray foi acusado de quebra do decoro parlamentar, porque, conforme investigação da Comissão de Ética, ele utilizou os assessores parlamentares para uma reforma na casa da sua sogra. Em seu último pronunciamento como deputado, Ruy Irigaray disse que o Parlamento gaúcho estava sendo induzido ao erro, e que as denúncias foram patrocinadas por seu "desafeto político", o deputado federal Bibo Nunes (PSL).
O deputado estadual Ruy Irigaray (PSL) foi cassado ontem na Assembleia Legislativa. A perda do mandato recebeu 45 votos favoráveis e três, contrários. Irigaray foi acusado de quebra do decoro parlamentar, porque, conforme investigação da Comissão de Ética, ele utilizou os assessores parlamentares para uma reforma na casa da sua sogra. Em seu último pronunciamento como deputado, Ruy Irigaray disse que o Parlamento gaúcho estava sendo induzido ao erro, e que as denúncias foram patrocinadas por seu "desafeto político", o deputado federal Bibo Nunes (PSL).
Irigaray foi o primeiro parlamentar a ser cassado por seus colegas nesta legislatura. Na história da Casa, foi a terceira cassação. Na legislatura anterior, perderam o mandato Dr. Basegio (PDT), em 2015; e Mario Jardel (PSD), em 2016.
Em fevereiro de 2021, em uma reportagem veiculada no programa Fantástico, da Rede Globo, Ruy Irigaray foi acusado por ex-assessoras de utilizar mão-de-obra de servidores do seu gabinete para a reforma de um imóvel pertencente a sua sogra e em tarefas domésticas. Além disso, ele teria solicitado parte dos salários de funcionários, prática conhecida como "rachadinha"; e teria atacado adversários políticos por meio de perfis falsos nas redes sociais.
A denúncia foi aceita pela Comissão de Ética, que instalou uma subcomissão processante para analisar as denúncias. Em 29 de novembro, a subcomissão apresentou relatório, aprovado por unanimidade pela comissão, recomendando a cassação do mandato de Irigaray por promover o desvio de função de servidores de seu gabinete. Em 22 de fevereiro de 2022, a Comissão de Constituição e Justiça aprovou, também por unanimidade, o parecer favorável ao projeto que previa a perda do mandato.
Enquanto Irigaray fazia seu pronunciamento no plenário, dezenas de militantes seguravam cartazes e gritavam palavras de apoio ao deputado. Na tribuna, o parlamentar disse que Bibo Nunes teria orquestrado as denúncias contra ele. Para sustentar essa ideia, chamou atenção para o fato de as denunciantes estarem trabalhando no gabinete do deputado federal atualmente.
Ruy Irigaray também acusou suas ex-assessoras de terem roubado documentos do seu gabinete. Ele citou ainda diversas denúncias feitas por Bibo Nunes contra ele, que teriam sido arquivadas pela polícia ou Ministério Público. Entre elas, estavam a que dizia que Ruy Irigaray fazia viagens de turismo com dinheiro público e a que o acusava de manter um gabinete do ódio. Inclusive, em um dos inquéritos motivados por essas denúncias, ele teria disso considerado vítima de um complô político. "A Assembleia Legislativa foi induzida ao erro", concluiu.
Entre os outros parlamentares que se pronunciaram na tribuna, estava Luciana Genro (PSOL), que avaliou que a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), pautada no combate à corrupção, foi uma falácia. "Não é à toa que quem está sendo cassado hoje é um deputado bolsonarista", completou. Ao ser criticada pelos apoiadores de Irigaray, que estavam nas galerias, Luciana disse que eles defendiam somente o combate à corrupção do PT, enquanto ela defendia o combate à corrupção de qualquer ideologia.
Rodrigo Maroni (PSC) disse que não era amigo de Irigaray e criticou a mídia. "Não sei se és inocente ou culpado, mas acho ridículo a gente te cassar aqui, para daqui a um ano ser absolvido no Judiciário", falou, se dirigindo ao parlamentar cassado. Fábio Osetrmann (Novo) subiu à tribuna para responder Maroni que, durante a sua fala, também disse que nenhum deputado teria moral para julgar Irigaray. "Esse desejo de renovar a política brasileira não pode ser abalado por casos isolados como o de hoje."
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