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Política

- Publicada em 08 de Setembro de 2021 às 20:32

Privatização da Carris gera embate no plenário da Câmara de Porto Alegre

Categoria protestou dando as costas para o plenário do Legislativo

Categoria protestou dando as costas para o plenário do Legislativo


/Elson Sempé Pedroso/CMPA
João Gabriel Pezzini
A desestatização da Carris foi o tema principal da sessão desta quarta-feira (8) na Câmara de Porto Alegre. Com fortes protestos dos representantes dos rodoviários presentes no plenário, a sessão foi de muita discussão e manifestações contras e a favor ao projeto de privatização.
A desestatização da Carris foi o tema principal da sessão desta quarta-feira (8) na Câmara de Porto Alegre. Com fortes protestos dos representantes dos rodoviários presentes no plenário, a sessão foi de muita discussão e manifestações contras e a favor ao projeto de privatização.
A oposição, com amplo apoio da comunidade rodoviária, se manifestou contra a pauta. O vereador Roberto Robaina (PSOL), após criticar os atos do dia 7 de setembro a favor do presidente Bolsonaro, afirmou que o prefeito Sebastião Melo (MDB) "adota um elemento comum ao bolsonarismo, o ataque a categoria dos rodoviários". "A privatização da Carris significa esse ataque, significa entregar o sistema de transporte de Porto Alegre para as empresas privadas, empresas essas que durante muitos anos controlaram o sistema sem licitação pública, conformando na gestão do sistema uma verdadeira máfia", acrescentou. O vereador continuou sua manifestação falando da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), alegando que a empresa não repassa os valores das passagens a Carris. "A ATP tem pelo menos R$ 120 milhões a R$ 130 milhões no seu caixa, e a prefeitura não cobra esses recursos."
A vereadora Karen Santos (PSOL) alegou que o Executivo tem muita dificuldade de buscar alternativas reais para a crise do transporte. "Todos sabemos que o munícipio, de forma ilegal, ainda não assumiu a gestão do sistema, o principal problema da crise é a gestão privada. Como vamos dizer que existe um problema de financiamento do sistema, se a prefeitura não tem condições de dizer quanto a ATP arrecada mensalmente de tarifas?" A parlamentar ainda exaltou a Carris, falando que é uma empresa pública que foi premiada duas vezes como a melhor empresa do Brasil, e destacou seu trabalho na pandemia "Uma empresa que cumpriu um papel fundamental em meio à pandemia, suprindo aquelas linhas que as empresas privadas, de forma unilateral, romperam os contratos, deixando nosso povo na mão em um dos piores momentos que a cidade já enfrentou".
Felipe Camozzato (Novo) se manifestou a favor da privatização. O parlamentar alegou que há pelo menos cinco anos é debatida a privatização da Carris e que não é uma novidade no Parlamento. O vereador ainda afirmou que seu partido tem a convicção que empresas estatais não deveriam existir. "O Novo defende a privatização de todas as estatais. Elas têm uma legislação que as torna obrigatoriamente ineficientes. No Brasil uma estatal eficiente é proibida por lei." O vereador ainda alegou que a Carris acumula prejuízos. "São quase R$ 500 milhões de prejuízos acumulados nos últimos 10 anos, são 21% a mais de custo operacional que incidem em maior valor da tarifa. Quem vota a favor, está votando por menor tarifa, está votando por mais eficiência", sustentou.
Até o fechamento desta edição o projeto não havia sido votado. A mobilização dos funcionários da Carris começou cedo, ainda na madrugada do dia em que estava prevista a decisão no Legislativo. Eles se concentraram na sede da estatal, no bairro Partenon, e partiram em caminhada em direção à Câmara. A categoria manteve nesta quarta-feira (8) a greve iniciada na sexta-feira passada.
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