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Assembleia Legislativa

- Publicada em 28 de Abril de 2021 às 10:42

PDT, PT e PSOL denunciam erros na votação da PEC do Plebiscito na Assembleia

Partidos de oposição afirmam que dois votos foram contados erradamente na votação

Partidos de oposição afirmam que dois votos foram contados erradamente na votação


Joel Vargas/Agência ALRS/JC
Atualizada às 21h20min
Atualizada às 21h20min
O governo do Estado obteve uma vitória nesta terça-feira (27) ao conseguir a aprovação na Assembleia Legislativa (AL) da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retira a necessidade de plebiscito para privatizar três empresas públicas: a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs) e Banrisul. Entretanto, as bancadas do PDT, do PT e do PSOL apontam erros na votação e irão entrar com recurso para invalidar a sessão parlamentar.
A PEC 280/2019 foi aprovada em primeiro turno por com 33 votos favoráveis e 18 contrários. A proposta precisa ser aprovada em segundo turno para passar a valer. PECs precisam ser aprovadas em duas ocasiões, com, pelo menos, três quintos dos votos (33 votos). O segundo turno da PEC do Plebiscito deve acontecer em 11 de maio.
Em nota conjunta, os três partidos afirmam que, na sessão ocorreram “diversos erros que invalidam o resultado final da votação”.
Segundo as bancadas de oposição do governo, os votos dos deputados estaduais Neri, o Carteiro (Solidariedade) e Dirceu Franciscon (PTB) foram computados de forma errada, o que acabou dando vitória à aprovação da proposta.
De acordo com os partidos, os erros podem ser verificados no Twitter oficial da Assembleia Legislativa e também no canal do YouTube oficial da AL, que realizam a cobertura em tempo real da Sessão Plenária.
A nota afirma que o deputado Gerson Burmann (PDT) questionou os fatos ocorridos no momento que eles ocorreram e que, após a sessão, o presidente da Assembleia, deputado Gabriel Souza (MDB) ligou para o pedetista, confirmando a versão dos fatos.
Em razão disso, as bancadas dos três partidos irão protocolar recurso administrativo na AL para anular a sessão. Para os partidos, a votação foi “eivada de vícios, uma vez que o quórum necessário para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição é de 33 parlamentares. Ou seja, o resultado final de 33 votos x 18 pode ser alterado. Os erros em questão, inclusive, foram reconhecidos pela presidência”.
Conforme a assessoria do presidente da Assembleia, deputado Gabriel Souza, os dois equívocos foram percebidos e devidamente corrigidos quando da divulgação do resultado final da votação.
O deputado Neri, o Carteiro não conseguiu votar a tempo, no entanto, teve seu voto computado como “sim” no painel. O voto do parlamentar foi excluído do resultado final. Já o deputado Dirceu Franciscon votou verbalmente “sim”, porém, o voto foi computado como "não" no painel. Como a declaração verbal de voto é soberana, e os registros de áudio e vídeo da sessão mostram que ele votou “sim”, o resultado computado no painel foi corrigido. Assim, conforme a assessoria da presidência da Casa, o resultado de 33 a 18 já é o final, com as devidas correções.
A Superintendência Legislativa da Assembleia divulgou uma nota oficial no fim da manhã desta quarta-feira (28) esclarecendo a questão.
Confira abaixo, na íntegra, o texto:
"A Superintendência Legislativa da ALRS esclarece que o cômputo dos votos dos deputados nas sessões deliberativas é baseado na declaração de voto do parlamentar. O registro do mesmo ocorre de duas formas: no painel de votação ou no sistema de votação nominal. No modelo nominal, mesmo que, eventualmente, o voto seja computado pela assessoria de forma equivocada, o sistema de gravação de áudio e vídeo atesta a declaração do parlamentar.
Em relação à votação da PEC 280/2019, realizada na sessão extraordinária da última terça-feira (27), houve a retificação do resultado da votação logo após o término da sessão, conforme comprova a gravação, sendo o resultado final 33 votos favoráveis e 18 contrários. Foram corrigidos os votos do deputado Dirceu Franciscon, que votou SIM na deliberação e teve equivocadamente lançado pela assessoria o voto NÃO. Por problemas de conexão, o voto do deputado Neri, o Carteiro, foi computado e posteriormente anulado, por ter sido declarado fora do tempo regimental da votação."

Voto de Neri, o Carteiro, gerou bate-boca no final da sessão

O deputado estadual Gerson Burmann (PDT) foi quem, na sessão híbrida desta terça-feira (27), quando foi aprovada a PEC do Plebiscito, chamou a atenção do presidente da Assembleia Legislativa, Gabriel Souza (MDB), sobre a contabilização irregular do voto de Neri, O carteiro (Solidariedade). Depois da votação no sistema eletrônico, Gabriel Souza fez três chamadas nominais para coletar verbalmente o voto dos parlamentares que não haviam conseguido votar no sistema virtual.
Na segunda chamada, o vídeo da sessão da Assembleia mostra o presidente perguntando como Neri votaria – sem obter resposta. “Solidariedade. Ele votou? (pergunta à assessoria). Solidariedade: Neri, o Carteiro... Neri, o Carteiro... Está fazendo sinal aí, eu não estou vendo, olha aí (pede à assessoria). Favorável? Favorável, Neri, o Carteiro”.
Dessa forma, o voto do deputado do Solidariedade foi contabilizado. Entretanto, depois de encerrada a votação, o próprio Neri pediu a palavra. “Presidente, aqui é Neri, o Carteiro. Em que pese não altere o resultado da votação, eu estava com um problema de conexão e gostaria de registrar meu voto favorável”, disse o parlamentar do Solidariedade. “Já foi computado, deputado, visualmente”, respondeu Gabriel Souza.
Imediatamente, o deputado Gerson Burmann (PDT) pediu uma questão de ordem: “como o senhor computa o voto de Neri, o carteiro, se ele justifica não ter votado?”
“Porque eu fiz o mesmo que fiz várias vezes, deputado Gerson. Fiz coleta de voto visual”, redarguiu o presidente, lembrando que, às vezes, os parlamentares apenas gesticulam pela câmera se votam a favor ou contra uma matéria.
“Ele veio justificar que não votou. O senhor está equivocado, presidente”, insistiu o pedetista. “Não, não estou, deputado”, devolveu o presidente. Em seguida, sucedeu-se um bate-boca, que terminou com Gabriel Souza pedindo para Burmann entrar com um recurso administrativo na Casa.
“Se o senhor se sente incomodado com a coleta visual, se o senhor está discordando da presidência e da superintendência legislativa, o senhor pode recursar para a Comissão de Constituição e Justiça”. “Farei isso”, garantiu Burmann.
E foi justamente esse recurso administrativo que Burmann e os outros deputados do PDT, PT e PSOL anunciaram nesta quarta-feira (28). Na sequência, o deputado Dirceu Franciscon (PTB) também pediu a palavra: “Parece que eu votei a favor mas, no painel, apareceu ‘não’”. No plenário, o líder dos petebistas, Aloísio Classmann, pediu para que fosse registrado que Franciscon votou a favor da PEC.