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Política

- Publicada em 29 de Março de 2021 às 16:49

Melo critica Leite, decisões da Justiça e o New York Times

Manifestação do prefeito ocorreu durante a apresentação do Mapa Estratégico de 2021-2024

Manifestação do prefeito ocorreu durante a apresentação do Mapa Estratégico de 2021-2024


GIULIAN SERAFIM/PMPA/DIVULGAÇÃO/JC
Thiago Copetti
Quem assistiu à cerimônia marcada pela prefeitura na manhã desta segunda-feira (29) para apresentar o Mapa Estratégico do Governo Municipal 2021-2024 pouco viu sobre o tema. As falas no Salão Nobre do Paço Municipal, transmitidas ao vivo, foram em linhas gerais e sem detalhamento das dezenas de projetos prioritários, entregas e indicadores de desempenho que a prefeitura pretende adotar.
Quem assistiu à cerimônia marcada pela prefeitura na manhã desta segunda-feira (29) para apresentar o Mapa Estratégico do Governo Municipal 2021-2024 pouco viu sobre o tema. As falas no Salão Nobre do Paço Municipal, transmitidas ao vivo, foram em linhas gerais e sem detalhamento das dezenas de projetos prioritários, entregas e indicadores de desempenho que a prefeitura pretende adotar.
O evento chamou mesmo a atenção pelas falas do prefeito, Sebastião Melo (MDB), que reclamou de decisões judiciais e do governo do Estado – assim como do Jornal New York Times. A publicação norte-americana colocou em uma edição na semana passada que o colapso na saúde do Brasil era previsto e destaca situação de Porto Alegre como caótica, unindo os números nacionais e locais, a uma polêmica frase de Melo, em fevereiro, quando disse “Coloque sua vida em risco para que possamos salvar a economia” e por seguir sendo contra normas mais rígidas de isolamento social.
Em seu pronunciamento, que Melo mesmo considerou como um desabafo, afirmou que seu governo é marcado pelo equilíbrio em todas as áreas, que a cidade completa 200 mil vacinas aplicadas e que seria a campeã das capitais do Brasil neste quesito.
“A cada 100 porto-alegrenses 13,5% estão sendo vacinados e temos capacidade para vacinar mais. Mas parece que o Estado anda bem devagar nesta área. Não estou vendo mesma toada do Estado. Será que não podem nos mandar mais vacinas já que estão estocados e não estão sendo feitas?”, questionou Melo, em um questionamento indireto ao governo de Eduardo Leite.
Melo, ressaltou ainda que foram abertos ou reabertos 640 novos leitos hospitalares nos últimos 30 dias, assim como 230 novas UTIs.
“Estamos abrindo unidade de básicas de atendimento de saúde no final de semana e fazendo testagens identificação da Covid em grande volume. E aí vem o New York Times dizer que é uma grande catástrofe o que está acontecendo em Porto Alegre. Respeitem esta cidade. Nosso contrato não é com Bolsonaro, nem com o Eduardismo (em referência ao nome do governador Eduardo Leite, PSDB) e nem com o petismo. É com o povo de Porto Alegre”, disse Melo.
Seguiu assim com os embates contra o governo do Estado, reclamou que Eduardo Leite não está adotando a cogestão, depois de tê-lo chamado para participar desse modelo conjunto de decisões sobre questões como isolamento social e outras regras.
“Como prefeito da Capital e a proposta de decidir juntos, revogamos 106 decretos no dia 4. Não queríamos um decreto aqui e outros no Estado, confundindo a cabeça do povo. Assinamos a cogestão até que, há três semanas, o senhor governador gravou um vídeo numa quarta-feira de noite, rompendo com a cogestão. E depois chamou os prefeitos para comunicar isso”, reclamou Melo.
Melo questionou a eficácia das regras definidas pelo Palácio Piratini, classificando-as com “precárias”.
“Esta cidade agora não pode abrir aos sábados e domingo nem com todo o rigor e os protocolos sanitários. Será que o vírus circula mais do final de semana do que na sexta na quinta?”, provocou Mello.
Seguindo nos ataques, disse que “quem está decidindo sobre esse tema tem salário alto e vive em lugares paradisíacos”.
“O povo da Tinga, da Lomba do Pinheiro, do Parque dos Maias estão passando fome e precisam trabalhar. Oferecer R$ 1.000,00 para uma empresa isto é migalha (em referência ao auxílio emergencial anunciado por Leite, na sexta)”, seguiu Mello
Depois de afirmar tem “carinho, respeito e boas relações” com o governador, defendeu que as decisões adotadas pelo governo de Eduardo Leite não são científicas.
“Não são científicas porque no pior momento ele reabriu. E quando fechou Caxias do Sul, 6 meses atrás sem consultar os prefeitos da região, e duas horas depois reabriu”
Em sequência, às críticas passaram a ser encaminhadas aos outros poderes também. Para Melo, a judicialização da gestão pública das decisões do poder público é um dos grandes males do Brasil.
“Tem 11 no supremo e no judiciário, e um cara de pau como Gilmar, que um dia diz uma coisa outro dia diz outra e assim vai indo. Quem sabe está na hora ver os deputados decidirem que o Brasil deve ser conduzido pelo Supremo, os estados pelos presidentes dos Tribunais de Justiças. Se um prefeito, um gestor, fez alguma coisa errada tem que pagar por isso, mas deixa ele governar primeiro”, argumentou o prefeito.
De acordo Melo, é necessário pensar na questão social, e um estudo da prefeitura teria apontado que a cidade já perdeu pelo menos 17 mil empregos formais desde o ano passado, além de milhares de informais, que não estariam conseguindo sobreviver.
“O governo, quando decide, tem que olhar o social e também outras questões e sem tanta brigaçada deixar uma cidade melhor, como estamos querendo ao firmar, hoje, esse contrato de gestão”, disse Melo, ao encerrar o evento.
Veja nova enviada ao Jornal do Comércio, pelo governo do Estado, sobre parte das críticas de Melo:
“O governo do Estado reforça que em função da alta taxa de ocupação de leitos por Covid-19 e em função dos baixos estoques de medicamentos para intubação de pacientes (problema esse verificado em várias regiões do país), a última reunião do gabinete de crise avaliou que no momento não há como ampliar as flexibilizações. O cenário epidemiológico que o Estado enfrenta ainda é de risco altíssimo, com ocupação de UTI acima dos 100% – fato que acionou a salvaguarda e manteve, pela quinta semana consecutiva, todas as regiões gaúchas em bandeira preta. A retomada da cogestão, no dia 22/3, já foi adotada como forma de dar um fôlego às atividades econômicas, mas as restrições à circulação de pessoas ainda são necessárias até que a situação nos hospitais se estabilize em níveis mais baixos.”
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