Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Relações Internacionais

- Publicada em 31 de Janeiro de 2021 às 12:16

Consulado dos EUA prepara plano estratégico para o Rio Grande do Sul

'Estamos preparando pontos gerais do documento a ser apresentado ao governo', diz Christensen

'Estamos preparando pontos gerais do documento a ser apresentado ao governo', diz Christensen


LUIZA PRADO/JC
O governo dos Estados Unidos sob comando do democrata Joe Biden e sua vice Kamala Harris oferece possibilidades que favorecem o Rio Grande do Sul.
O governo dos Estados Unidos sob comando do democrata Joe Biden e sua vice Kamala Harris oferece possibilidades que favorecem o Rio Grande do Sul.
"A vitória do governo Biden abre oportunidade para aprofundar a relação não somente em nível nacional, mas também regional. É um novo momento, com novas oportunidades", projeta o cônsul-geral dos EUA para o Estado e Santa Catarina, Shane Christensen, ao conceder a primeira entrevista presencial exclusiva na sede do consulado, na Zona Norte de Porto Alegre, desde que assumiu o posto em julho de 2020 e após a posse do dia 20 de janeiro.
Na conversa de quase uma hora no jardim das instalações, observando rigorosamente as regras de distanciamento, Christensen descreveu como ele e sua equipe começam a trabalhar junto com o governo de Eduardo Leite (PSDB), em um futuro plano estratégico para o Estado.
As ações vão contemplar de economia, inovação e segurança a Direitos Humanos, tema que emergiu com força em 2020, após as mortes de dois negros por asfixia - George Floyd, em Minneapolis em maio, e no Brasil, ou melhor em Porto Alegre, de João Alberto Freitas, dentro do Carrefour, que, aliás, é vizinho ao consulado.
Na entrevista especial a seguir, Christensen, que, pela primeira vez em 21 anos de carreira no Departamento de Estado dos EUA assume como cônsul-geral, comenta que, logo que a pandemia permitir, quer conhecer as peculiaridades da cultura e geografia gaúchas. Uma curiosidade que atenderá não apenas ao seu ofício diplomático, mas a uma paixão: as viagens, que já renderam seis guias turísticos. Até agora ele visitou a região vinícola de Bento Gonçalves e gostou muito. Christensen tem até meados de 2023, quando encerra seu período no consulado, para cobrir o resto do território.  
Jornal do Comércio - O que significa para os norte-americanos a posse e o começo do governo Joe Biden?
{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2021/01/20/206x137/1_000_8z84cn-9232487.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'60089bedb6e05', 'cd_midia':9232487, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2021/01/20/000_8z84cn-9232487.jpg', 'ds_midia': 'US Vice President Kamala Harris bumps fists ahead of the inauguration of Joe Biden as the 46th US President on January 20, 2021, at the US Capitol in Washington, DC. (Photo by OLIVIER DOULIERY / AFP)', 'ds_midia_credi': 'Olivier Douliery/AFP/JC', 'ds_midia_titlo': 'US Vice President Kamala Harris bumps fists ahead of the inauguration of Joe Biden as the 46th US President on January 20, 2021, at the US Capitol in Washington, DC. (Photo by OLIVIER DOULIERY / AFP)', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '561', 'align': 'Left'}
Posse de Biden e Kamala trouxe a mensagem de união, destaca o cônsul-geral dos EUA. Foto: Olivier Douliery/AFP
Shane Christensen - Primeiro, o que aconteceu com a posse do presidente dos Estados Unidos foi o símbolo mais importante da transferência pacífica do poder. Foi a confirmação da vontade do povo americano. Fiquei pessoalmente impressionado com o apelo do presidente para unir os americanos em um momento em que precisamos disso. Acredito que é o que as pessoas querem, ou seja, menos polarização e mais união para irmos em frente. Este dia foi histórico também por causa da nova vice-presidente, Kamala Harris, primeira mulher e afroamericana a assumir o cargo. Isso mostra as mudanças na nossa democracia.
JC - O que o senhor mais gostou na posse?
Christensen - Sem dúvida, do apelo do presidente para unir o povo, e depois o poema de Amanda Gorman, que foi algo impressionante. Ela é a poetisa mais jovem a participar de uma posse. Mas teve também a Lady Gaga cantando o hino. Foi muito emocionante. Foi uma eleição muito difícil. A cerimônia para transição de governo mostrou a força das nossas instituições. A maioria dos americanos - é claro que temos uma sociedade com diversidade de opiniões -, quer estar junto para enfrentar os grandes problemas, como a pandemia, que ainda apresenta um quadro muito delicado e difícil. O novo governo mostrou que está focado no combate ao novo coronavírus.
JC - Como este novo governo vai se relacionar com o governo do Brasil?
Christensen - Ainda estamos nos primeiros dias do novo governo. Por isso, precisamos esperar mais detalhes sobre as políticas. O que posso dizer é que a relação bilateral do Brasil e dos Estados Unidos é forte, madura e institucional e vai além dos indivíduos ou de presidentes. Vamos fortalecer este relacionamento. Já há cooperação em áreas como segurança pública, educação, saúde, ciência e tecnologia. O que ficou claro é que o novo governo norte-americano vai dar prioridade aos assuntos ambientais, reforçado com o retorno do país ao Acordo de Paris para o Clima. John Kerry foi nomeado como representante especial para assuntos ambientais e ele tem um grande apreço pessoal pelo tema. Essas mudanças mostram a importância que será dada à questão ambiental.
JC - O fato do presidente Jair Bolsonaro ter levado muito tempo para reconhecer a eleição de Biden pode gerar dificuldades futuras nessa relação?
Christensen - A relação vai além de pessoas e presidentes como já disse. O governo agradeceu à carta enviada por Bolsonaro na posse, na qual deixa claro o interesse em trabalhar em conjunto com o novo governo norte-americano. O desafio é avançar e aprofundar as relações entre os dois países de uma maneira que una os interesses e valores em comum.
JC - A postura do governo Biden em relação ao meio ambiente pode influenciar a política brasileira que tem sido criticada por países e segmentos da comunidade internacional?
Christensen - Não posso comentar sobre as atitudes do governo brasileiro. Posso afirmar que o meio ambiente será um tema prioritário, mas isso não é novo. Já tivemos conversas em alto nível sobre a área ambiental em 2020. A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (da sigla em inglês, Usaid) tem projetos de longo prazo na Amazônia, que vão continuar. Neste momento, é importante pensar em ampliar este diálogo e pensar de forma criativa em soluções que sejam boas para o Brasil e os EUA, ou melhor, para todo o mundo. A mudança climática afeta todo o planeta.
JC - Um dos focos da embaixada e do consulado é promover ações para impulsionar o desenvolvimento do Brasil e no Rio Grande do Sul. O que pode ser feito para ajudar na recuperação dos impactos da pandemia?
{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2021/01/31/206x137/1_leite_embaixador_todd_chapman_iratini_jornal_do_comercio-9241572.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'6016e48c0a0d5', 'cd_midia':9241572, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2021/01/31/leite_embaixador_todd_chapman_iratini_jornal_do_comercio-9241572.jpg', 'ds_midia': 'Governador Eduardo Leite - Rio Grande do Sul - recebe o novo embaixador dos EUA no Brasil, Todd C. Chapman - Palácio Piratini - relações internacionais', 'ds_midia_credi': 'ITAMAR AGUIAR/PALÁCIO PIRATINI/DIVULGAÇÃO/JC ', 'ds_midia_titlo': 'Governador Eduardo Leite - Rio Grande do Sul - recebe o novo embaixador dos EUA no Brasil, Todd C. Chapman - Palácio Piratini - relações internacionais', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '533', 'align': 'Left'}
Embaixador Todd Chapman (direita) se reuniu com Eduardo Leite em novembro. Foto: Itamar Aguiar/Divulgação 
Christensen - A pandemia gera recessão em todo o mundo e impõe desafios para uma ou mais gerações. É uma situação muito difícil. A vitória do governo Biden abre oportunidade para aprofundar a relação não somente em nível nacional, mas também regional. Há possibilidades de ampliar os investimentos bilaterais, compartilhar melhores práticas e comércio e descobrir novas frentes de cooperação no agronegócio, na tecnologia, na defesa e em infraestrutura. Em um encontro no fim de 2020, o embaixador (dos Estados Unidos no Brasil) Todd Chapman e o governador Eduardo Leite concordaram em avançar na elaboração de um memorando de entendimento para fortalecer a parceria com o Rio Grande do Sul. Estamos agora preparando os pontos gerais deste documento que será apresentado ao governo. Estamos tendo reuniões com secretários do Estado para discutir uma estratégia conjunta. Tive reunião com o secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Mauro Hauschild, e vou me reunir com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e com o vice-governador (Delegado Ranolfo) para falar sobre o que podemos fazer na segurança pública. Vamos montar um grupo de trabalho para detalhar as ações. A intenção é reafirmar a nossa relação de cooperação e delinear os parâmetros que o consulado e o governo vão atuar, além dos já citados, também em investimentos, saúde, educação e direitos humanos. Precisamos conhecer as prioridades do Estado. Depois vamos montar um plano estratégico, com medidas de curto, médio e longo prazo. Este documento será definido nos próximos meses.
JC - Este acordo representa uma nova fase na atuação do consulado no Estado?
Christensen - Foram feitas ações anteriores para estreitar laços com a região. Minha antecessora Julia Harlan focou a fortalecimento da presença do consulado e da nossa equipe (a representação foi reativada em 2017, após 21 anos sem presença no Estado com escritório oficial). Vamos agora impulsionar esta relação. É um novo momento, com novas oportunidades trazidas por um novo governo.
JC - Quais são as possibilidades de expansão de mercados que podem ser melhor aproveitadas pelo setor privado gaúcho com os EUA?
Christensen - As principais áreas para investimento seriam em manufatura avançada, segmento aeroespacial, agronegócio e aquicultura, energia, IoT (Internet das Coisas), e-commerce, inteligência artificial, indústria farmacêutica, biotecnologia, dispositivos médicos, tecnologias biomédicas, logística e cadeia de abastecimento.
JC - O senhor vê proximidade entre as mortes dos negros João Alberto Freitas e do norte-americano George Floyd?
{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2020/11/20/206x137/1_jr_201120___protesto_carrefour__3_-9195121.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5fb832191dc07', 'cd_midia':9195121, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2020/11/20/jr_201120___protesto_carrefour__3_-9195121.jpg', 'ds_midia': 'Carrefour Passo D'Areia foi alvo de protestos na sexta-feira', 'ds_midia_credi': 'JOYCE ROCHA/JC', 'ds_midia_titlo': 'Carrefour Passo D'Areia foi alvo de protestos na sexta-feira', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '533', 'align': 'Left'}
Protestos contra a morte de João Alberto em Porto Alegre lembraram do movimento dos EUA. Foto: Joyce Rocha/Arquivo/JC
Chistensen - São situações diferentes, cada um com seu contexto, mas são emblemáticas sobre a realidade de violência contra os negros especialmente que existe em nossas sociedades. É de importância vital fazer tudo o que pudermos para elevar a consciência e trabalharmos juntos para acabar com a discriminação racial. Este tema é uma prioridade nas ações do consulado e estamos buscando iniciativas na comunidade gaúcha para impulsionar esta discussão. Em dezembro, participamos do evento O impacto da diversidade racial para inovação nas estruturas que reverenciou a memória de João Alberto, promovido pela ODABÁ Associação de Afroempreendedorismo, em parceria com o Nau Live Spaces e a causa da Igualdade Racial do Grupo Mulheres do Brasil – Núcleo Porto Alegre. No nosso país, temos um diálogo importante com o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), que liderou as manifestações de 2020. Internamente, estamos implementando ações que contribuam para a diversidade, equidade racial e inclusão, e ficaríamos felizes em compartilhar melhores práticas e informações com organizações que estiverem interessadas. Cabe ao povo brasileiro decidir como avançar nessa questão.
JC - O que o consulado vem promovendo neste sentido?
Christensen - No consulado, criamos um espaço seguro para ter uma conversa honesta e transparente sobre a realidade de discriminação e racismo. Temos uma equipe muito diversa, o que nos orgulha muito e queremos que seja ainda mais assim. Outra ação foi implementar todas as políticas e leis para impedir atitudes discriminatórias dentro do ambiente de trabalho. Também criamos comitês chamados EmbRACE, um jogo de palavras, combinando “embrace” (abraçar, aceitar) e “race” (raça). Esses comitês se dedicam a organizar eventos e discussões sobre como promover a aceitação da diversidade, como enfrentar o racismo e como estimular a inclusão social. No dia 15 de janeiro, em que lembramos do aniversário de nascimento de Martin Luther King Jr, ícone na luta contra o racismo e pelos direitos humanos nos EUA, fizemos um encontro virtual para falar sobre o legado dele e como se conecta com os fatos atuais. 
JC - O que os EUA já levaram como possíveis iniciativas nas primeiras conversas com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos?
Christensen - Temos programas de ensino de inglês, que envolvem professores que buscam qualificação, meninas e jovens lideranças nas comunidades. Por meio do Steam Power for Girls, a Embaixada oferece educação em ciências, tecnologia, engenharia, arte e matemática para meninas em situação de risco nas escolas públicas. Também temos nos concentrado a aumentar a diversidade racial dos participantes em nossos programas de ensino superior. Um de nossos maiores programas é o Jovens Embaixadores, que oferece aos alunos menos privilegiados do ensino médio público a oportunidade de visitar os Estados Unidos. 100% dos nossos Jovens Embaixadores foram aceitos nas universidades quando voltaram para casa. Quanto ao ensino da língua inglesa, temos quatro programas principais: Empodere com Inglês, que oferece um ano de aulas gratuitas de inglês para mulheres afro-brasileiras universitárias; o Programa de Imersão em Inglês, que oferece programas educacionais de uma semana nos Estados Unidos; o Programa de Microcursos de Acesso ao Inglês, que oferece aulas intensivas de inglês para alunos de baixa renda em Centros Binacionais; e o Escritório Regional de Língua Inglesa, que patrocina programas e doa recursos voltados para o fortalecimento de escolas públicas em todo o Brasil. Cada programa tem suas especificidades e requisitos, e conversas com o Estado são fundamentais para buscarmos a melhor forma de implementá-los, estamos na fase inicial dessas conversas.
{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2017/04/17/206x137/1_jh170417_usa_894-1520761.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'58f529f8915f1', 'cd_midia':1520761, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2017/04/17/jh170417_usa_894-1520761.jpg', 'ds_midia': 'Solicitação de visto poderá ser feita no espaço, na avenida Assis Brasil', 'ds_midia_credi': 'JONATHAN HECKLER/JC', 'ds_midia_titlo': 'Solicitação de visto poderá ser feita no espaço, na avenida Assis Brasil', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '533', 'align': 'Left'}
JC - As pessoas perguntam quando será possível viajar aos Estados Unidos? O que é possível falar neste momento?
Christensen - O presidente Biden já disse que a prioridade é enfrentar a Covid-19. Em 25 de janeiro, ele emitiu uma proclamação presidencial mantendo as restrições de viagem para estrangeiros do Brasil, Reino Unido, República da Irlanda, Área de Schengen, China e Irã. Essa proclamação mantém as restrições para pessoas desses países. O presidente também restringiu a entrada nos Estados Unidos de estrangeiros da África do Sul, a partir de domingo, dia 30. Com essas restrições, os vistos não serão emitidos para estrangeiros que estiveram ou estarão em qualquer um dos países listados dentro de 14 dias antes da entrada nos EUA. Essa proclamação não restringe a entrada de cidadãos americanos, residentes permanentes legais ou pessoas que se qualificam em uma das exceções para viajar aos EUA. Além disso, todos os viajantes deverão apresentar um teste negativo de Covid-19 às companhias aéreas antes de embarcar. Gostaríamos de retomar as entrevistas de visto o mais rápido possível, mas não há data específica ainda.

Perfil

Shane Christensen tem 49 anos, nasceu em Butte, no estado de Montana, onde fica o famoso parque de Yellowstone, no oeste dos Estados Unidos, mas cresceu na Califórnia. É casado com Romy e pai de Jake, com cinco anos, e Matilda, com três. Graduado em Ciência Política pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, e mestre em Relações Internacionais e Administração Pública pelas universidades de Cambridge e Harvard. É diplomata de carreira há 21 anos. Assumiu o posto de cônsul-geral do Rio Grande do Sul e Santa Catarina em julho de 2020. Antes foi chefe de gabinete do Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado norte-americano, instrutor de liderança e negociações no Instituto de Serviços Estrangeiros dos EUA (U.S. Foreign Service Institute) e oficial sênior no setor de Comunicação e Gestão de Crises do Departamento de Estado. Atuou nas embaixadas na Cidade do México, em Havana e em Cabul, em missões nas Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, e na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris, e no Consulado Geral dos EUA em Dubai. Apreciador de viagens, ele lançou títulos pelos guias Frommers (Parque Nacional do Grande Cânion, Dubai, Argentina e Chile e México) e Fodors (América do Sul e Sul da Califórnia).