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Entrevista Especial

- Publicada em 06 de Setembro de 2012 às 00:00

Vice de Fortunati, Melo afirma que saúde é prioridade


JONATHAN HECKLER/JC
Jornal do Comércio
Um dos principais articuladores da aliança com o PDT, o vereador Sebastião Melo (PMDB) foi escolhido para ser o vice de José Fortunati. Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, ele ressaltou que aceitar esta posição na coligação Por Amor a Porto Alegre não é demérito para o PMDB. Segundo ele, embora o partido tivesse quadros para uma candidatura própria, seriam “dois palanques para defender o mesmo projeto, criando confusão na cabeça do eleitor”.
Um dos principais articuladores da aliança com o PDT, o vereador Sebastião Melo (PMDB) foi escolhido para ser o vice de José Fortunati. Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, ele ressaltou que aceitar esta posição na coligação Por Amor a Porto Alegre não é demérito para o PMDB. Segundo ele, embora o partido tivesse quadros para uma candidatura própria, seriam “dois palanques para defender o mesmo projeto, criando confusão na cabeça do eleitor”.
Se a aliança terá efeitos na eleição de 2014, ainda é cedo para dizer. O entrevistado acha que fazer projeções deste tipo agora seria prejudicial à disputa pela prefeitura. Melo demonstra estar afinado com Fortunati ao falar das propostas e destaca a continuidade do trabalho na área de saúde como ponto fundamental, mas outras questões sociais o preocupam. O peemedebista destaca ainda o enfrentamento ao déficit habitacional, a inclusão dos carroceiros, o transporte público e a atração de investidores como questões importantes para o futuro da cidade.
Jornal do Comércio - A juventude, citada no plano de governo, é um público prioritário?
Sebastião Melo - Nossos partidos dedicam atenção especial aos jovens e às mulheres. A prefeitura tem se dedicado a eles durante a gestão de Fortunati e de (José) Fogaça (PMDB). Temos um foco muito grande no combate à drogadição, que atualmente é uma coisa dramática em todo o território nacional. Quando a família não consegue alcançar o problema, cabe ao Poder Público fazer. Nossa gestão governa para todos, mas em especial para os que mais precisam.
JC - De todo o programa de governo, qual proposta considera a mais importante?
Melo - É continuar na toada que o Fortunati está fazendo na área da saúde. Para quem consegue ser atendido pelo SUS no Brasil, o sistema é muito bom, tem remédio, cirurgia, internação. O problema são aqueles que não conseguem acessar o sistema. Eu diria que se fez muito nos últimos oito anos, mas há um desafio enorme pela frente, porque temos limitação de recursos, dependemos dos repasses federais. O orçamento do Grupo Conceição é igual ao de toda a prefeitura. Eu escolheria continuar nesse caminho, com mais investimento em Saúde da Família. Estamos fazendo muito com a inauguração de Unidades de Pronto Atendimento (UPA), do Hospital da Restinga, a qualificação do Parque Belém, o aumento dos leitos e a informatização, mas dá pra fazer mais ainda pela saúde. 
JC - O senhor é autor da lei para acabar com as carroças no trânsito. Como conciliar com a reciclagem, que sustenta os carroceiros?
Melo - Essa é uma questão iminentemente social. Porto Alegre foi pioneira na separação do lixo na década de 1990 e hoje tem coleta seletiva em todos os bairros duas vezes por semana. Das 200 toneladas de lixo que a cidade separa, apenas 50% ou 60% o Poder Público alcança, porque os carroceiros, que sabem os dias e horários da coleta, passam antes do caminhão do DMLU. A prefeitura tem oito anos para fazer a transposição dos carroceiros para outras atividades, houve o cuidado de não joga-los ao relento. Tem que dar cursos, de cozinheiro a pedreiro. O cidadão poderá ir para o mercado formal, ganhará mais dignidade.
JC - O que poderia ser feito para melhorar o trânsito?
Melo - O caminho é a qualificação do transporte coletivo. Claro que tem problemas, como os horários, as lotações, mas ele é de boa qualidade. Nós temos que casar vários modais. O sonho do metrô é uma obra de médio prazo, muito bem-vinda, e que temos o desafio de tirar do papel. Em torno de 30% dos ônibus que chegam aqui hoje são da Região Metropolitana, o metrô vai tirar boa parte desta demanda. Os ônibus rápidos, os BRTs, que estão sendo instalados, vão proporcionar também mais rapidez para o cidadão e tirar de circulação muitos ônibus. Além disso, a 3ª Perimetral vai ajudar muito nesse escoamento, na medida em que estão sendo construídos as trincheiras e os viadutos. Temos compromissos assinados de duplicação de várias avenidas, como a Edgar Pires de Castro, então, existe sim planejamento para o futuro. Outro projeto em andamento é casar a bicicleta com a cidade. Além de construir as ciclovias, é preciso determinar espaços para que as pessoas possam deixá-las e pegar um transporte público.
JC - Porto Alegre pode atrair mais investimentos?
Melo - Vamos unificar em uma secretaria essa questão da atração de investimentos, porque hoje o governo tem várias que tratam disso. Temos o Inovapoa, que é uma agência que tem trazido bons resultados na área da tecnologia. A cidade tem um potencial enorme nessa área de ponta, com Tecnopuc, Cientec e outras iniciativas. E essa é uma cidade de serviços, ela não voltará a ser uma cidade industrial, então você tem que agregar valor, potencializar os serviços e o turismo. Para atrair investimento, tem que ter infraestrutura e mão de obra qualificada, isso é fator determinante. E, evidentemente, ter bom planejamento urbano, dar resposta rápida às questões dos empreendedores. A parceira da gestão pública com a iniciativa privada, quando bem sintonizada, traz uma melhoria enorme para a cidade.
JC - No plano de governo, está prevista a criação de um escritório para tratar da falta de moradias. Como funcionará?
Melo - São diversos casos. Existe déficit habitacional e há pessoas que tem o seu imóvel em área irregular, mas não a propriedade dele. Para ter regularização fundiária, tem que ter áreas públicas para campo de futebol, colégio, creche... Então, tem que diminuir as moradias. Ou transferimos para outros lugares ou verticalizamos. Acho que o caminho é a verticalização nas vilas populares, para dar mais espaço às áreas públicas. O escritório de regularização que estamos propondo unificaria todas as políticas dentro dele, reunindo Estatuto da Cidade, Constituição, leis municipais e a questão social. A regularização traz benefícios para o cidadão e para a prefeitura, porque regularizando ele vai pagar imposto, vai se sentir seguro, e isso vai dar conforto para a família dele.

Perfil

Antes de chegar à Câmara de Vereadores de Porto Alegre, onde cumpre seu terceiro mandato, Sebastião Melo percorreu um longo caminho. Natural de Piracanjuba (GO), começou a trabalhar ainda criança com os pais na lavoura. Decidiu vir para Porto Alegre em 1978, em busca de melhores oportunidades. Estudando à noite, formou-se em Direito pela Unisinos, onde presidiu o Centro Acadêmico Visconde de São Leopoldo.  Foi conselheiro da OAB/RS, presidente do Legislativo municipal, do diretório municipal do PMDB e vice-presidente do diretório estadual. Está filiado ao partido há mais de 30 anos. Melo tem dois filhos, um deles candidato a vereador nesta eleição. Na convenção que definiu seu nome como candidato a vice-prefeito, fez questão de mencionar o apoio da esposa, Valéria, em sua carreira política. No tempo livre, gosta de pescar em Itapuã e de se dedicar à culinária, que pratica cozinhado em jantares beneficentes ou para os amigos que reúne em casa. Melo é torcedor do Internacional e apreciador da música nativista gaúcha, da dupla sertaneja Bruno e Marrone e de Lupicínio Rodrigues. Seu lugar preferido em Porto Alegre é o bairro Ipanema.
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