Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Palácio Piratini

- Publicada em 18 de Julho de 2011 às 00:00

Aliados do Governo reclamam de Operação Cartola


Jornal do Comércio
A Operação Cartola, ação da Polícia Civil que deflagrou apreensões de documentos em oito prefeituras no Estado, ainda causa estremecimentos entre a base aliada e o Palácio Piratini. Na sexta-feira passada, os presidentes dos diretórios gaúchos de partidos da base reclamaram de “espetacularização” durante reunião com o governador Tarso Genro (PT).
A Operação Cartola, ação da Polícia Civil que deflagrou apreensões de documentos em oito prefeituras no Estado, ainda causa estremecimentos entre a base aliada e o Palácio Piratini. Na sexta-feira passada, os presidentes dos diretórios gaúchos de partidos da base reclamaram de “espetacularização” durante reunião com o governador Tarso Genro (PT).
O encontro do conselho político - que reúne os dirigentes do PT, PSB, PCdoB, PDT, PTB, PRB, PR e PPL - foi o momento que os aliados encontraram para se queixar ao governador. Das oito prefeituras atingidas pela Operação Cartola, cinco são comandadas por prefeitos de partidos da base: Alvorada (PTB), Cachoeirinha (PSB), Osório (PDT), Parobé (PTB) e Viamão (PT).
Logo após o desfecho da ação pela Polícia Civil, o prefeito de Osório e presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan Júnior, chegou a declarar na imprensa que Tarso sabia da operação e poderia ter atuado para evitar a espetacularização. Em resposta, o governador disse que o pedetista estava “profundamente equivocado” e ressaltou que não interferiu na atuação policial.
Na sexta-feira, o assunto foi tratado pessoalmente entre os dois na reunião do conselho político. Mas Bolzan prefere não comentar a discussão. “O tema entrou na pauta política, fiz minhas colocações e o governador fez as dele, mas não quero comentar”, esquivou-se o prefeito.
O presidente estadual do PSB, Caleb de Oliveira, conta que “foi generalizada” a crítica à Operação Cartola. “Vários presidentes de partidos, não contestando a investigação em si, fizeram uma crítica muito forte à espetacularização promovida pela Polícia Civil”, revela.
Ele garante que “a unanimidade dos presidentes” das siglas aliadas ao governo gaúcho tem convicção de que a operação foi executada de uma forma que atraísse a atenção da imprensa.
“A ação foi correta do ponto de vista investigativo. Mas se tratava, na maior parte, de documentos públicos, não havia necessidade do espetáculo que foi gerado”, contesta o socialista.
O dirigente do PCdoB gaúcho, Adalberto Frasson, considera que a polícia deveria ter executado o mandato judicial de busca e apreensão de forma mais discreta. “Devemos ter o cuidado para que essas coisas ocorram dentro da lei, buscando cumprir o que a Justiça determina sem muito estardalhaço”, pondera o comunista.
Para o presidente estadual do PTB e secretário de Trabalho e Ação Social, Luís Augusto Lara, o tema não deveria ter sido tratado na reunião do conselho político. “Não é uma questão de governo, é um assunto que compete aos órgãos de controle e à Justiça. O conselho político é para tratar de temas estruturantes para o Estado”, avalia.
O petebista minimiza a dimensão dos descontentamentos entre a base aliada. “Essa operação pode interessar uma ou outra prefeitura e um ou outro partido, mas não diz respeito ao conjunto das coisas do Estado.”
O presidente do PT gaúcho, deputado estadual Raul Pont, explica que os aliados não questionaram a independência dos órgãos de fiscalização ou a conduta de Tarso. “O governador disse que não é orientação do governo dar a essas operações um caráter de espetáculo e que iria conversar com a chefia de polícia para que coisas desse tipo não ocorram”, conta o petista.
Assim como os demais dirigentes partidários que participaram da reunião do conselho político, Pont garante que não houve mal-estar entre os aliados e Tarso, nem mesmo com Bolzan Júnior. “Houve explicações mútuas e desculpas de ambos os lados se, por ventura, as questões que se tornaram públicas tivessem adquirido um caráter pessoal.”
Apesar das queixas, o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana (PT), diz que o assunto já está superado. “Ninguém questionou a operação, apenas surgiram dúvidas sobre a necessidade de todo aquele aporte. Mas as posições foram muito respeitosas”, minimiza.
Ao longo desta semana, o Piratini deverá responder formalmente à Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) sobre as queixas protocoladas quanto à operação.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO