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Entrevista Especial

- Publicada em 21 de Julho de 2010 às 00:00

Gross defende renovação no Senado Federal


ANA PAULA APRATO/JC
Jornal do Comércio
O candidato ao Senado da Coligação Despertar Farroupilha (PRP-PTC), Roberto Gross (PTC), defende que o Legislativo passe por uma ampla renovação, para virar a página da crise que abala a Casa desde o ano passado. Ele entende que há muito desperdício de dinheiro público e que não há vontade de parte dos parlamentares em resolver isso. "Uma das razões para eu aceitar concorrer ao Senado foi justamente a falta de postura dos senadores em relação ao contribuinte". Gross aponta a reforma tributária, com a redução da carga de impostos, como principal bandeira de seu mandato, se for eleito.
O candidato ao Senado da Coligação Despertar Farroupilha (PRP-PTC), Roberto Gross (PTC), defende que o Legislativo passe por uma ampla renovação, para virar a página da crise que abala a Casa desde o ano passado. Ele entende que há muito desperdício de dinheiro público e que não há vontade de parte dos parlamentares em resolver isso. "Uma das razões para eu aceitar concorrer ao Senado foi justamente a falta de postura dos senadores em relação ao contribuinte". Gross aponta a reforma tributária, com a redução da carga de impostos, como principal bandeira de seu mandato, se for eleito.
Jornal do Comércio - Como o senhor avalia a crise de credibilidade do Senado?
Roberto Gross - Há uma crise generalizada porque os senadores não cumprem as suas propostas. A população não acredita mais. Inclusive, uma das razões para eu aceitar concorrer ao Senado foi justamente a falta de postura dos senadores em relação à sociedade e ao contribuinte, que mantém essa instituição funcionando. O Senado passa por uma crise, há descrédito, e é necessário renovação.
JC - Nesse contexto, como fica a importância do Senado?
Gross - O Senado é uma Casa de extrema importância para o País, porque, além de legislar, tem o poder de revisar as leis. E aí está a questão: é necessário que muitas leis sejam revisadas, o País tem lei para tudo e ficam faltando ajustes.
JC - Quais são as propostas para o seu mandato?
Gross - Tenho dez propostas principais, mas a mais importante é a reforma tributária, incluindo a redução da carga de tributos, e não apenas em algumas áreas. Por exemplo, reduz-se o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) do carro, mas não se reduz o imposto do feijão. Então, pretendo promover a redução da carga tributária, porque a alta taxação impede o crescimento.
JC - O que falta para sair a reforma tributária?
Gross - Falta empenho de nossos parlamentares para mexer na carga tributária. Não há um interesse real em parte dos legisladores. O governo (federal) concentra 85% da carga tributária e o gasto é muito grande com a folha de pagamento. Se esses valores voltassem (a estados e municípios) para resolver os problemas imediatos dos cidadãos, teríamos uma situação econômica melhor. Mas não há interesse. Por exemplo, de 2008 para 2009, o gasto do Senado aumentou em mais de R$ 1 bilhão, é estrondoso. Nas áreas da saúde, educação e segurança esses recursos estão faltando.
JC - Que outras propostas o senhor tem além da redução da carga tributária?
Gross - Defendo a reformulação dos orçamentos dos municípios, estados e União e trabalharei para reduzir o enorme desperdício do dinheiro público, que é notório. Também a segurança pública exige uma reforma no sistema penitenciário e até no próprio Código Penal. Pretendo trabalhar pela agricultura - o governo controla a venda do produto, mas não os subsídios usados para a produção. E, na educação, defendo o investimento de mais recursos.
JC - O senhor falou em desperdício de dinheiro público. Como diminuir esse mal?
Gross - A sociedade tem que fiscalizar mais. Os senadores fazem as emendas e não acompanham se o recurso chegou ao lugar destinado. Não tenho conhecimento de como isso seja feito permanentemente. Por isso, o Senado precisa de renovação.
JC - Como pretende trabalhar para diminuir privilégios no Senado?
Gross - Vou apresentar propostas e discutir com a sociedade. Se analisarmos os escândalos do ano passado envolvendo (José) Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros (PMDB-AL), nota-se a falta de propostas. A imprensa mostrou esses problemas. Outro exemplo é o escândalo envolvendo José Roberto Arruda, que violou o painel do Senado, renunciou e voltou (governador do Distrito Federal).
JC - A reforma política é um caminho para que o Senado recupere sua função?
Gross - Aprimorar o projeto ficha limpa ajudaria o povo a não ser enganado, evitando que políticos corruptos sejam reeleitos. A fidelidade partidária também tem pontos a serem corrigidos. Muitas vezes os políticos não seguem as determinações do partido e colocam o próprio Senado em descrédito. Por isso, tem de se adequar e discutir as leis com a sociedade.
JC - O senhor é um estreante em eleições. Como pretende colocar em prática suas propostas num Parlamento repleto de políticos experientes?
Gross - Isso depende muito da habilidade do político. Sou um homem de mídia, do rádio. Conto com o apoio da imprensa e da sociedade para aprovar emendas.
JC - Qual sua avaliação dos seus adversários na disputa ao Senado?
Gross - Estou à vontade com esse quadro, porque desde 2008 estamos organizando nosso partido no Estado e já estamos colhendo frutos. Não participei de nenhuma atividade publicitária e mesmo assim estamos inseridos nas pesquisas. Nosso partido tem princípios, brigamos pela ética e temos a bandeira da fé para avançar em nossos ideais.

Perfil

Roberto Gross, 46 anos, nasceu em Viamão. De origem humilde, trabalha desde os 11 anos e completou o Ensino Médio em supletivo. Foi fotógrafo na adolescência e depois trabalhou como motorista, ambulante e representante comercial. "No ramo de vendas pude conhecer todo o Estado", conta. Gross atuou ainda como radialista em Viamão e Tramandaí. Também mantém o site de notícias Gross News. Seu ativismo político começou no envolvimento com entidades filantrópicas e como membro do Clube de Pais e Mestres em Viamão. Também foi delegado do Orçamento Participativo e do Conselho da Merenda Escolar de Viamão. Brizolista, filiou-se ao PDT em 1989 e militou na sigla por duas décadas. Chegou a coordenar a executiva da legenda no Vale do Gravataí. No ano passado, ingressou no Partido Trabalhista Cristão (PTC). Coordena a área de Relações Políticas do partido e é presidente da executiva municipal em Viamão. Estreia em eleições neste ano como candidato ao Senado.
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