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eleições

- Publicada em 30 de Junho de 2010 às 00:00

Tarso e Fogaça demonstram cordialidade


Fredy Vieira/JC
Jornal do Comércio
O 30º Congresso Estadual dos Municípios, realizado pela Famurs, sediou ontem o primeiro debate entre candidatos ao governo do Estado. O critério utilizado foi convidar apenas os representantes de partidos que elegeram prefeitos no Rio Grande do Sul.

O 30º Congresso Estadual dos Municípios, realizado pela Famurs, sediou ontem o primeiro debate entre candidatos ao governo do Estado. O critério utilizado foi convidar apenas os representantes de partidos que elegeram prefeitos no Rio Grande do Sul.

Assim, foram chamados para o evento José Fogaça (PMDB), Tarso Genro (PT) e Yeda Crusius (PSDB). Mas a governadora, que concorre à reeleição, informou cerca de uma hora antes do início do encontro que não participaria da discussão. Yeda alegou que não poderia utilizar o horário de expediente enquanto chefe do Executivo para uma atividade eleitoral.

O ex-presidente da Famurs, Marcus Vinícius Vieira de Almeira (PP) - que passou ontem o cargo a Vilmar Zanchin (PMDB) -, entregou aos candidatos o resultado de uma pesquisa encomendada pela entidade. O levantamento aponta as demandas dos prefeitos gaúchos. O estudo mostra que 29,8% dos entrevistados consideram que investimentos em estradas devem ser prioridade do futuro governante.

O tempo inteiro cordiais, os dois candidatos evitaram ataques diretos, focando suas falas em projetos e propostas de governo. Ambos procuraram destacar a experiência política como garantia de que compreendiam os problemas enfrentados pelos gestores municipais.

Fogaça priorizou em seu discurso os projetos adotados quando comandou a prefeitura da Capital (de 2005 a 2010), enquanto Tarso relembrou as ações executadas na chefia dos ministérios da Educação (de 2004 a 2005) e da Justiça (de 2007 ao início de 2010).

"A governança local solidária, implementada em Porto Alegre durante a minha gestão, mobilizou a força crítica das comunidades contra o crime", defendeu o peemedebista ao falar sobre segurança.

"O Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) colocou os municípios na pauta da segurança pública", alegou o petista, em referência ao projeto executado pelo Ministério da Justiça.

O debate denotou o tom em que se basearão as candidaturas daqui para frente. Em praticamente todas as falas, Fogaça ergueu as bandeiras do desenvolvimento regional e da boa relação com as cidades - especialmente as de pequeno e médio porte. Tarso alinhou seu discurso ao cenário nacional, vinculando seu nome ao presidente Lula e à candidata do PT ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff.

Os pronunciamentos também se preocuparam em agradar à plateia, composta basicamente por prefeitos e vice-prefeitos do Estado. Não faltaram promessas aos municípios.

Tarso se comprometeu em garantir o mínimo constitucional de 12% do orçamento estadual para investimento em saúde pública. "É um mandamento da Constituição e vou cumprir", assumiu.

Fogaça foi mais cauteloso ao afirmar que esse será um objetivo de seu governo, mas que não poderá ser realizado logo no primeiro ano. "Seria irresponsável afirmar que investirei os 12% já em 2011, mas vou trabalhar para aumentar gradualmente os recursos para a saúde", pontuou.

Ao falar sobre educação, o peemedebista rasgou elogios ao governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), pela criação do Fundef - que priorizava investimentos no Ensino Fundamental - e criticou o Fundeb, iniciativa implementada durante a gestão de Tarso no Ministério da Educação, que direcionava os recursos ao Ensino Médio.

"O Fundeb não foi bem-sucedido, pois não produziu aumento no número de vagas", condenou.

Na fala seguinte, Tarso saiu em defesa do programa. "O Fundeb representa uma visão sistêmica da educação, propiciando ao jovem o acesso ao Ensino Médio e, posteriormente, à universidade", justificou.

Ambos alfinetaram a governadora Yeda Crusius. O petista criticou a relação do Palácio Piratini com o governo federal. "O Rio Grande não pode ficar de costas para Brasília", recriminou, emendando que "a União tem recursos, basta apresentar bons projetos".

O peemedebista defendeu a manutenção de um equilíbrio de contas mais realista. "Nenhum déficit pode ser zero estaticamente. Precisamos criar um superávit dinâmico para poder investir."

Petista e peemedebista sinalizam alterações na estrutura das secretarias estaduais

A campanha oficial ainda não começou, mas os candidatos já anunciam mudanças concretas que realizarão na estrutura administrativa do governo estadual. Durante debate ontem no 30º Congresso dos Municípios, Tarso Genro (PT) e José Fogaça (PMDB) defenderam alterações para facilitar a relação com as prefeituras. O peemedebista anunciou que, se for eleito, transformará a atual Secretaria de Relações Institucionais em Secretaria das Cidades e do Desenvolvimento Regional. "Vamos facilitar o diálogo com os municípios e a integração com o Ministério das Cidades", justificou. O candidato petista informou que vai instituir junto ao gabinete do governador a Sala dos Prefeitos, um espaço integrado ao primeiro escalão do governo onde os líderes municipais poderão obter informações sobre financiamentos e programas de fomento. "Os prefeitos poderão se sentir em casa", garantiu.

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