Alexander Bley
Os fundos de investimento no Brasil têm crescido expressivamente nos últimos anos, e os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), especialmente os multicedentes e multisacados, representados pelo SINFAC, não são exceção. Esses fundos cresceram em número e patrimônio, consolidando-se como uma alternativa sólida para quem busca segurança e diversificação.
O primeiro fator que explica essa expansão está no olhar dos investidores. Em meio às incertezas econômicas, os FIDCs demonstraram estabilidade, inclusive em períodos críticos como a pandemia e as enchentes recentes. A rentabilidade atrativa, aliada à liquidez, ampliou a confiança e a base de investidores. Além disso, a regulação mais rígida e transparente da CVM também teve papel fundamental, fortalecendo a governança, o controle e a credibilidade do setor.
A título de referência, somente neste ano, entre janeiro e agosto, foram emitidos mais de R$ 50 bilhões em FIDCs, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. O valor representa um crescimento de 10,2% em relação a 2024, reforçando o ritmo acelerado e a maturidade do segmento como instrumento sólido de crédito alternativo e apoio à economia real.
Mas o avanço dos FIDCs não é apenas financeiro — é também social e produtivo. Ao oferecer crédito com mais agilidade e flexibilidade que os bancos tradicionais, esses fundos ocupam um papel essencial no financiamento de micro, pequenas e médias empresas. São negócios que, muitas vezes, enfrentam barreiras burocráticas, limites baixos de crédito ou falta de garantias, e que encontram nos FIDCs uma alternativa concreta para manter o capital de giro e crescer de forma sustentável.
Esse alcance mais amplo revela outro diferencial: a capacidade de impulsionar o desenvolvimento econômico de forma descentralizada. Ao conectar investidores e empresas de diferentes portes e regiões, os FIDCs democratizam o acesso ao crédito e estimulam a economia local, criando um círculo virtuoso de geração de renda, emprego e competitividade.
O fortalecimento dos FIDCs, portanto, vai além dos resultados financeiros: expressa a evolução do fomento comercial no Brasil. Um modelo que combina rentabilidade, segurança e impacto econômico, consolidando-se como uma das principais ferramentas de expansão do crédito nacional.
Vice-presidente do Sindicato das Sociedades de Fomento Comercial – Factoring do Estado do Rio Grande do Sul (Sinfac-RS)
Vice-presidente do Sindicato das Sociedades de Fomento Comercial – Factoring do Estado do Rio Grande do Sul (Sinfac-RS)