Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 20 de Novembro de 2025 às 18:23

Desperdício de energia

Vicente Rauber, engenheiro Especialista em Planejamento Energético e Ambiental

Vicente Rauber, engenheiro Especialista em Planejamento Energético e Ambiental

Gabriela Di Bella/Arquivo/JC
Compartilhe:
JC
JC
Vicente Rauber
Vicente Rauber
Notícias insistentes falam na “absurda” perda de energia elétrica, tendo sido os consumidores incentivados (continuam sendo) a produzir sua própria energia, inserindo o excedente na rede pública.
Esta situação nem tão “absurda” também ocorre em nações com ampla e crescente produção de energias eólica e solar, como Alemanha, China e regiões dos EUA.
Em extensão temos o maior sistema integrado nacional de energia elétrica (SIN), que é coordenado pelo Operador Nacional do Sistema. Isto é muito bom, assim é possível otimizar os recursos naturais (água, ventos, sol e biomassa), que dependem das condições climáticas: regiões com energia a mais suprem as demais.
O SIN funciona “online”, ou seja, toda a demanda brasileira mais as perdas no sistema devem ser  atendidas simultaneamente pelos milhares de pontos de geração, desde a gigante Itaipu até as placas fotovoltaicas nos telhados de quem usa a geração distribuída (GD).
A energia solar já ocupa em torno de 25% da geração, mas ela é intensa em torno do meio-dia. À noite, quando ocorre o “pico” da demanda, a energia solar não mais produz, e os donos da GD desejam o retorno do excesso gerado, além de ocorrerem novas demandas como a recarga de carros elétricos.
Nessas condições gera-se a “Curva do Pato”, referente à demanda de energia, em que ao meio-dia, a mesma é muito baixa, enquanto no início da noite ocorre uma sobrecarga. Ao meio-dia, parte da geração precisa ser recusada, sob pena do sistema entrar em colapso.
Há solução? Sim, bancos de baterias, que armazenam o excesso durante o dia, devolvendo-o à noite; o Governo Federal já anunciou leilão para o próximo ano. Também há estudos para implantar uma tarifa variada, maior na hora do pico.
A implantação da geração distribuída deve continuar, a curva do pato precisa e será resolvida.
Em especial, a energia solar é mais adequada quando acompanhada de baterias, podendo a geração distribuída ser implantada sem o uso da rede pública. Também é muito bem-vinda em sistemas isolados, como na agricultura, em especial nos tão fundamentais levantes d’água.
Engenheiro Especialista em Planejamento Energético e Ambiental

Notícias relacionadas