A 30ª Conferência das Partes sobre Mudança do Clima (COP30) começa nesta segunda-feira (10) em Belém, no Pará, reunindo representantes de quase 200 países, empresas, instituições financeiras e organizações. A expectativa é de que o encontro produza avanços concretos na implementação dos compromissos assumidos em cúpulas anteriores e sinalize novos caminhos para a transição energética global.
O evento ocorre em um momento de crescimento de eventos climáticos extremos e tem o desafio de conciliar desenvolvimento econômico e sustentabilidade. Políticas de mitigação e adaptação climática já não são apenas pautas ambientais, mas ganham importância para definir investimentos e influenciam na competitividade.
O Brasil é o anfitrião da COP30 em meio à busca por reforçar o protagonismo ambiental que vem defendendo no cenário internacional, com ênfase no combate ao desmatamento e na ampliação de fontes renováveis de energia. Ao mesmo tempo, a recente liberação para estudos de exploração de petróleo na margem equatorial, próxima à Foz do Amazonas, evidencia as contradições e dilemas de um País que tenta equilibrar a transição energética com a necessidade de manter sua produção e receita de combustíveis fósseis.
Entretanto, a ausência de chefes de Estado das duas maiores economias do planeta - Estados Unidos e China - lança dúvidas sobre o alcance político das negociações. Juntos, os dois países respondem por mais de 40% das emissões globais de gases de efeito estufa e exercem influência direta sobre o financiamento climático e o ritmo de descarbonização mundial. Essas ausências simbolizam as dificuldades de avançar em uma agenda global em meio a tensões geopolíticas, disputas comerciais e prioridades domésticas divergentes.
Além disso, a COP30 vai abordar tendências regulatórias e as oportunidades para a economia de baixo carbono. Compromissos firmados por governos podem acelerar investimentos em energia limpa, inovação tecnológica e infraestrutura sustentável. Para as atividades econômicas, a questão ambiental pode ajudar a definir estratégias de longo prazo.
A COP30 reafirma que a transição para uma economia sustentável dependerá tanto da cooperação global quanto da capacidade de cada país e empresa de agir localmente. Mesmo com ausências importantes, o encontro reforça que o futuro da economia mundial e a sua estabilidade estão cada vez mais atrelados às respostas que o planeta for capaz de dar à crise climática.