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Publicada em 02 de Novembro de 2025 às 18:36

Empresas encaram novas regras de saúde

Andrea Fidelis,coordenadora do curso de Psicologia do Instituto Brasileiro de Gestão de Negócios (IBGEN)

Andrea Fidelis,coordenadora do curso de Psicologia do Instituto Brasileiro de Gestão de Negócios (IBGEN)

Divulgação/JC
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Andréa Fidelis
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Novembro é o momento em que as empresas revisam estratégias e definem metas para o próximo ano. Em 2025, esse planejamento precisa ir além das metas operacionais e financeiras. A chegada de 2026 trará um novo marco para o mundo do trabalho, com a entrada em vigor das atualizações da NR-1, que ampliam as exigências do Programa de Gerenciamento de Riscos e incluem, pela primeira vez, a obrigatoriedade de mapear riscos psicossociais relacionados à saúde mental.
A mudança, que parece técnica, exige uma revisão profunda das práticas de gestão de pessoas. De acordo com a pesquisa Panorama da Saúde Emocional do RH 2025, realizada pela Flash com 889 profissionais de Recursos Humanos, apenas 5% das empresas afirmam estar totalmente preparadas para as novas regras. Metade ainda está em processo de adaptação e 30% sequer iniciaram o trabalho. Além disso, 51% dos profissionais de RH dizem conhecer apenas o básico da nova legislação e 30% admitem ter pouca informação ou desconhecer completamente o texto atualizado.
O dado mais preocupante é que 35% dos respondentes consideram a capacitação das equipes o principal desafio para atender à norma. A nova NR-1 exige que as empresas revisem processos, invistam em formação e criem uma cultura que reconheça a prevenção de riscos psicossociais como parte da rotina corporativa. Sem treinamento, o cumprimento se torna burocrático e perde sentido. É o preparo das pessoas que garante a efetividade das regras, não apenas a existência de um documento.
A pesquisa também mostra o outro lado dessa transição. Para 65% dos profissionais de RH, a nova norma deve beneficiar diretamente a saúde mental dos funcionários. Outros 42% enxergam a medida como uma validação da importância do tema dentro das empresas, e 23% projetam uma redução do estresse e da sobrecarga com a implementação. Os dados indicam que, embora a adaptação exija esforço, ela também representa um avanço na construção de ambientes mais equilibrados e humanos.
Planejar 2026 é planejar o desenvolvimento das pessoas. É o momento de tratar saúde e segurança como pilares da estratégia organizacional e de preparar lideranças para promover ambientes sustentáveis, com menos risco e mais aprendizado. Cumprir as novas exigências não é apenas uma obrigação legal, mas uma oportunidade de amadurecimento institucional e de cuidado genuíno com quem faz a empresa acontecer.
Coordenadora do curso de Psicologia do Instituto Brasileiro de Gestão de Negócios (IBGEN)

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