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Publicada em 20 de Outubro de 2025 às 18:00

O saber e o fazer do Arquivista

Vinícius Mitto, arquivista e professor, conselheiro Estadual de Cultura

Vinícius Mitto, arquivista e professor, conselheiro Estadual de Cultura

Arquivo Pessoal/JC
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Vinícius Mitto
Vinícius Mitto
Em uma sociedade marcada pelo fluxo incessante de informações, o arquivista surge como um profissional indispensável para garantir a organização, a autenticidade e a preservação dos registros que documentam a trajetória das empresas. Mais do que um guardião de papéis, o arquivista é o gestor do conhecimento e da memória, cuja atuação confere legitimidade às ações administrativas, jurídicas e históricas. Sua presença assegura que o passado possa ser acessado e interpretado, permitindo que o presente se sustente sobre bases sólidas e que o futuro se construa com responsabilidade.
A formação superior em Arquivologia é o alicerce dessa prática profissional. O curso oferece ao arquivista uma sólida base teórica e técnica, envolvendo disciplinas que abrangem desde a gestão documental até a diplomática, a paleografia e a preservação digital. Esse preparo o capacita a compreender o ciclo de vida dos documentos — da produção à eliminação ou guarda permanente — e a aplicar critérios de classificação, avaliação e descrição que garantem a eficiência e a transparência institucional.
Em um mundo que transita rapidamente do papel ao digital, essa formação se torna ainda mais relevante, pois demanda novas competências voltadas à preservação de documentos eletrônicos e à segurança da informação. A gestão documental, por sua vez, é uma ferramenta estratégica de governança.
Um sistema de arquivos bem estruturado favorece a tomada de decisões, otimiza recursos e fortalece a credibilidade das instituições. Ao organizar os documentos de forma lógica e acessível, o arquivista assegura que cada registro cumpra sua função administrativa e, quando necessário, seu papel histórico. Assim, evita-se tanto a perda de informações essenciais quanto o acúmulo desordenado que compromete a eficiência organizacional. Preservar a memória institucional é, em última instância, preservar a identidade e a história de uma coletividade.
Cada documento arquivado é uma evidência das ações humanas e das transformações sociais que moldam o tempo. Valorizar o trabalho do arquivista é reconhecer que sem memória não há continuidade, sem registro não há prova, e sem organização não há conhecimento. O arquivista, portanto, não é apenas o guardião do passado, mas o elo que mantém viva a história das instituições e, por consequência, da própria sociedade.
Arquivista e professor, conselheiro Estadual de Cultura

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