Marco Brito
Recentemente, atendi um convite para palestrar, juntamente com alguns colegas, sobre o que atrai uma empresa para investir em um determinado município. Dentro do esperado, foi destacada a necessidade de infraestrutura que permita à empresa se instalar em uma área que ofereça rede elétrica, esgoto, água, terrenos adequados e uma estrutura logística que facilite a movimentação de componentes e mercadorias, dentro e fora da empresa. Além disso, mão de obra especializada que oportunize a empresa ter uma aceleração no início da operação e manutenção do processo fabril; plano diretor do município que privilegie e proteja o investimento com a garantia que o entorno da empresa não será ocupado por residências, hospitais e similares que possam atritar com a atividade da empresa e uma gestão apartidária no relacionamento com o Estado para soluções de problemas que envolvam essa esfera governamental.
Também foram destacadas as parcerias institucionais de apoio à indústria com instituições públicas e privadas, a preocupação com a sustentabilidade do empreendimento, os incentivos de atração de investimentos e fiscais que possam ser oferecidos pelo município, localização próxima aos clientes e fornecedores, bem como a parceria dos órgãos públicos municipais para enfrentamento de problemas cotidianos como obtenção de licenças etc.
Mas, apesar de todo o esforço do governo local para atrair investimentos, este não será suficiente se no País não existir estabilidade econômica, juros que incentivem o investimento privado nacional e estrangeiro, um governo que tenha um projeto de longo prazo de investimento e desenvolvimento centrados na educação, saúde e segurança, previsibilidade legal, regras tributárias claras e equilibradas, decisões jurídicas definitivas, equilíbrio dos poderes da Nação, onde cada um exerça e se limite em seu papel constitucional.
Que haja cooperação entre todos os entes federados, independentemente da ideologia partidária, sem corrupção, sem privilégios que distanciem aqueles que deveriam servir daqueles que deveriam ser servidos e que pagam, direta ou indiretamente, a máquina pública.
Assim, por breve conclusão, se o ambiente econômico e institucional do País não for propício ao investimento privado, estaremos fadados a continuar dando “voos de galinha” baseado em políticas governamentais populistas, com fluxo de capital especulativo e, consequentemente, com o empobrecimento da população.
Vice-Presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Rio Grande do Sul (Ibef-RS)