Thiago Duarte
A campanha Setembro Amarelo, dedicada à prevenção do suicídio e à valorização da vida, reforça a necessidade de olhar com atenção para a saúde mental. De acordo com o relatório mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2022), um em cada cinco brasileiros enfrentará algum transtorno mental ao longo da vida, sendo a ansiedade e a depressão os mais comuns. Falar sobre sofrimento psíquico é um passo fundamental para reduzir preconceitos.
O diálogo aberto e sem julgamentos é essencial. Quando alguém encontra espaço para ser ouvido, já começa a se sentir acolhido e mais preparado para buscar ajuda especializada. Mas temos desafios de acesso na rede pública. Faltam psicólogos e psiquiatras nos postos de saúde. Essa carência de atendimento especializado na rede pública agrava a situação e impede o suporte gratuito do Sistema Único de Saúde (SUS) nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Mesmo assim, buscar ajuda é sinal de força. Existe um mito de que procurar um psicólogo ou psiquiatra é fraqueza. Na realidade, é um ato de coragem e cuidado consigo mesmo. Contudo, é bom ficar alerta para os sinais que merecem atenção. Especialistas destacam a importância de observar mudanças repentinas no comportamento. Entre os principais sinais, estão o isolamento repentino, as alterações no sono e no apetite, a perda de interesse em atividades cotidianas e desânimo persistente.
Nesses casos, a recomendação é oferecer apoio de forma respeitosa. Uma abordagem simples pode ser muito eficaz. Frases como "estou aqui para ajudar" podem abrir caminhos para o diálogo. Algumas dicas para fortalecer a saúde mental por meio de práticas que podem ser aplicadas no dia a dia: manter uma rotina equilibrada com tempo para descanso e lazer, praticar atividade física regularmente, mesmo que seja uma caminhada leve. Cultivar vínculos sociais, mantendo contato com familiares e amigos, buscar ajuda profissional sempre que se sentir sozinho e evitar a autocrítica excessiva.
Além da rede pública, iniciativas institucionais e comunitárias têm papel crucial. Ambientes saudáveis, baseados em empatia e escuta ativa, fortalecem o bem-estar coletivo e ajudam a prevenir situações de crise. Quem precisar de ajuda imediata pode entrar em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), serviço gratuito de apoio emocional que funciona 24 horas por dia pelo telefone 188.
Médico e deputado estadual (União Brasil)