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Publicada em 08 de Setembro de 2025 às 18:24

Medicina Veterinária é saúde pública

Ana Elisa Almeida, presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV)

Ana Elisa Almeida, presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV)

Divulgação/JC
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Ana Elisa Almeida
Ana Elisa Almeida
Quando alguém diz que é médico-veterinário, geralmente, escuta a mesma pergunta: “você atende cachorro e gato?”. A resposta é sim! E com orgulho. Mas a dimensão da Medicina Veterinária vai além. Nós cuidamos de vidas em todas as suas formas – e isso significa muito mais do que parece à primeira vista.

Foi um médico-veterinário quem ajudou a garantir que o leite da sua mesa não traria risco de contaminação. Foi também este profissional veterinário que atuou na inspeção da carne que abastece o churrasco do fim de semana. Durante a pandemia, médicos-veterinários também estiveram em laboratórios contribuindo para a produção de vacinas.

Somos mais de 215 mil profissionais espalhados pelo Brasil, sustentando um sistema que conecta saúde, economia e segurança alimentar. Esse trabalho fortalece diretamente o agronegócio, responsável por quase um quarto do PIB nacional, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

O impacto desse trabalho é silencioso, mas profundo. Se mais de 60% das doenças que afetam os seres humanos vêm dos animais, fica claro por que não existe saúde pública sem médicos-veterinários. É assim no enfrentamento da raiva, da leishmaniose, da gripe aviária. É assim quando resgatamos animais em enchentes ou em incêndios, apoiando também famílias em situação de desespero.

A expressão “Saúde Única” não é uma linguagem acadêmica: é a realidade que vivemos todos os dias. O equilíbrio entre saúde humana, animal e ambiental depende de cada decisão, de cada fiscalização, de cada pesquisa conduzida por nós.

Mas para que esse papel continue sendo cumprido, precisamos defender algo básico: formação de qualidade. Medicina Veterinária é área da saúde, e saúde não se aprende por tela de computador. Exige campo, prática, contato direto com a vida. Permitir cursos semipresenciais é comprometer o futuro da profissão e colocar em risco a sociedade.

Neste 9 de setembro, Dia do Médico-Veterinário, quero reafirmar: onde há alimento, saúde e cuidado, haverá sempre um médico-veterinário. Somos profissionais presentes, essenciais e indispensáveis para o Brasil.
Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV)

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