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Publicada em 28 de Julho de 2025 às 14:00

Julho Verde: fique atento aos sinais

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Robledo Alievi
Robledo Alievi
Verde é a cor da esperança. E foi com essa premissa que a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) criou, há 10 anos, a campanha Julho Verde, que faz um importante alerta sobre os cânceres que afetam as regiões da cabeça e do pescoço. A mobilização tem um porquê: no Brasil, estimam-se 40 mil novos casos entre 2023 e 2025, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Há outro dado alarmante: oito em cada 10 pacientes recebem o diagnóstico quando o estágio da doença já está avançado.

Inúmeros fatores contribuem para esse fenômeno. Um deles diz respeito aos sintomas, que muitas vezes são inespecíficos ou subestimados, postergando a busca por assistência. Em conjunto, a falta de informação sobre a doença e seus indicativos contribui para a piora do cenário. E em um País como o Brasil, de dimensões continentais e realidades distintas em cada região, pesa a dificuldade em acessar médicos especialistas.

O alerta deve ser considerado, principalmente, por homens a partir dos 50 anos, pois a doença é mais frequente nesse perfil. Neles, as neoplasias aparecem, geralmente, na cavidade oral e na laringe, estreitamente ligadas ao consumo excessivo de álcool e cigarro. Por outro lado, no sexo feminino, é mais comum identificar a patologia na tireoide, na faixa dos 20 aos 40 anos.

Apesar de ter um grupo de risco bem delineado, mais recentemente, tem-se observado um aumento no número de casos entre jovens adultos, sobretudo com tumores na cavidade oral e na laringe. O crescimento é decorrente da infecção pelo papilomavírus humano (HPV), transmitido majoritariamente por via sexual. Essa mudança no perfil epidemiológico reforça a importância das políticas públicas de incentivo à vacina, uma ferramenta segura, eficaz e disponível gratuitamente para grupos prioritários na rede pública.

Portanto, neste mês – e em todos –, esteja atento aos sinais: feridas ou dores na boca não devem ser ignoradas. Nódulos ou sensação de garganta fechada também não são normais. Alterações nessas regiões precisam ser levadas a sério e avaliadas por um profissional de saúde. Quanto antes você buscar ajuda, maior será a esperança de cura.
Cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital de Clínicas Ijuí

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