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Publicada em 29 de Julho de 2025 às 18:33

Reconhecer a educação formal é nosso dever

Nivio Lewis, presidente da Fundacred

Nivio Lewis, presidente da Fundacred

Fundacred/Divulgação/JC
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Nivio Lewis Delgado
Nivio Lewis Delgado
Há uma tarefa inadiável para a nossa geração: reconhecer o valor da educação formal. Não como um favor do Estado, nem como um fardo para o indivíduo. Mas como uma conquista histórica coletiva — e, mais do que isso, como o maior motor de mobilidade social que o Brasil já construiu.
Entre 2000 e 2022, a proporção de brasileiros com Ensino Superior completo quase triplicou, passando de 6,8% para 18,4% entre os que têm mais de 25 anos. É muito? Ainda não. Mas é um feito histórico, fruto do esforço de famílias, professores, estudantes, instituições de ensino e organizações que decidiram investir no que realmente transforma um País: conhecimento.
A modalidade a distância, que já representa dois terços dos ingressos no ensino superior, ampliou o acesso como nunca. No Rio Grande do Sul, por exemplo, 58% das matrículas estão no EaD — acima da média nacional. A educação está chegando mais longe e de forma mais democrática.
A presença de indígenas nas universidades cresceu 374% em uma década. O número de negros com diploma quintuplicou desde os anos 2000. As mulheres são 59% dos matriculados no ensino superior. Isso significa que espaços antes negados estão sendo ocupados.
A educação formal não é apenas acesso e compartilhamento de conteúdo, mas integração de redes, capital social, cultural e econômico. Estudar transforma a forma de interpretar o mundo, amplia o vocabulário, oferece segurança para argumentar, inovar e, principalmente, sustenta a confiança interna que move quem sonha grande com os pés no chão.
Entre os profissionais que atuam por conta própria com CNPJ no Brasil, a educação formal é um divisor de águas. Em média, 21% estão em ocupações que exigem nível superior e 12% em funções que demandam formação técnica.
Mais de 70% da produção científica global nasce nas universidades. Vacinas, energia limpa, inteligência artificial, agricultura de ponta - tudo isso é concebido em sala de aula conectada a um centro de pesquisa. Não existe inovação sem educação de base e futuro inteligente sem passado acadêmico.
Reconhecer o valor da educação formal é urgente. Valorizá-la e defendê-la é compromisso de cada brasileiro. O País que queremos - mais justo, desenvolvido e digno - não se constrói sem investimentos em educação. Constrói-se com conhecimento e com a sociedade afirmando: a educação formal vale, sim - e quem passa por uma sala de aula nunca volta do mesmo tamanho.
Presidente da Fundacred
 

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