Rogério Moraes
Em um momento em que o agro brasileiro colhe os frutos da digitalização e da profissionalização da gestão, um movimento chama a atenção: dobrou a busca por diretores e gerentes no setor em 2024, segundo levantamento da consultoria Exec. Mas o crescimento da demanda não está apenas atrelado à expansão do setor — ele reflete uma mudança profunda na forma de operar e tomar decisões no campo.
A lógica tradicional, baseada apenas em experiência prática e intuição, está dando lugar à gestão orientada por dados, controle em tempo real e decisões com base em indicadores. O produtor rural hoje precisa lidar com margens apertadas, exigências de rastreabilidade, pressões ambientais e consumidores cada vez mais atentos à origem e à eficiência da produção.
Nesse cenário, não basta mais ter tecnologia: é preciso saber o que fazer com ela. Drones, sensores e equipamentos de ponta se tornaram parte da paisagem rural. Mas o que está realmente transformando o agro brasileiro não é o maquinário visível — e sim a infraestrutura invisível de gestão. É aí que entra uma nova geração de plataformas voltadas à organização das operações, à integração dos dados e ao acompanhamento rigoroso da execução, como já acontece em setores como construção, varejo e serviços financeiros.
Um exemplo prático vem da Fazenda Rogembarh, no Rio Grande do Sul, onde o cultivo de laranjas de alta qualidade para o mercado interno e externo passou por uma virada de chave ao adotar o Workemp, uma
plataforma originalmente criada para gestão de obras. Ao adaptar o sistema para o campo, foi possível reduzir 30% dos custos operacionais, organizar cronogramas de pulverização e adubação, registrar atividades em tempo real e controlar com mais clareza a relação entre colheita e receita. O resultado?
Menos perdas, mais planejamento e gestão contábil integrada ao ciclo produtivo.
plataforma originalmente criada para gestão de obras. Ao adaptar o sistema para o campo, foi possível reduzir 30% dos custos operacionais, organizar cronogramas de pulverização e adubação, registrar atividades em tempo real e controlar com mais clareza a relação entre colheita e receita. O resultado?
Menos perdas, mais planejamento e gestão contábil integrada ao ciclo produtivo.
Esse tipo de case revela uma tendência que vai além da tecnologia em si: o agro que começa a pensar como empresa. E isso passa pela contratação de profissionais com perfil técnico, mas também estratégico — gente que domina gestão por indicadores, ferramentas digitais e que entende que liderar no campo hoje é tão desafiador quanto comandar uma operação industrial ou financeira.
Ao longo dos últimos anos, a Kemp, empresa que está por trás da plataforma Workemp, tem observado essa transição de perto. O que antes era exclusividade de obras complexas e grandes projetos urbanos, agora se aplica à gestão de pomares, lavouras e fazendas de diversos portes. Afinal, o desafio
é o mesmo: controlar múltiplos fornecedores, tarefas simultâneas, prazos apertados e orçamentos enxutos. A diferença é que, no agro, essa profissionalização está só começando, e pode ser o divisor de águas para quem deseja permanecer competitivo.
é o mesmo: controlar múltiplos fornecedores, tarefas simultâneas, prazos apertados e orçamentos enxutos. A diferença é que, no agro, essa profissionalização está só começando, e pode ser o divisor de águas para quem deseja permanecer competitivo.
Mais do que adotar um sistema ou uma plataforma, o campo brasileiro está adotando uma nova mentalidade de gestão. Menos empírica, mais estruturada. Menos centrada no olhar do dono, mais compartilhada com líderes preparados, com visão sistêmica e afinados com as ferramentas que moldam o
futuro do setor.
futuro do setor.
A revolução no agro pode até começar com sensores e aplicativos, mas ela só se consolida com gestão de verdade.
CEO da Kemp, empresa especializada em gestão de projetos e obras