Ben Hur Jesus de Oliveira
Você já deve ter rido de memes sobre a concorrência no mercado farmacêutico. Um deles brinca que, se você fizer uma longa viagem, ao voltar encontrará uma farmácia no lugar de sua casa. Brincadeiras à parte, essa é a realidade em muitos setores do comércio, mas no ramo de farmácias ela ganha destaque.
A questão é: como empresários independentes conseguem sobreviver em um mercado tão voraz, em que marcas de grande poder econômico travam uma batalha diária pelos clientes? Eis aqui a resposta: muitos não sobrevivem. Dados recentes mostram que o número de farmácias que decretaram falência triplicou nos primeiros meses deste ano, comparado ao semestre anterior. Juros altos, aumento dos custos operacionais, crise no crédito e margens de lucro apertadas são algumas das causas, afetando, sobretudo, o varejo independente.
É nesse contexto que o associativismo surge como um alicerce essencial. O caminho para empresários de micro e pequeno porte está nesse modelo de organização coletiva que busca equilibrar forças. Nele, empresas independentes aderem a uma associação e, por meio dela, obtém vantagens que começam nas compras conjuntas, o que garante preços mais competitivos, e chega a outros aspectos do negócio, como marketing, ferramentas de gestão e assessorias jurídica e contábil.
Com esse objetivo, nasceu a nossa Rede, há 25 anos, em Porto Alegre. Em 2018, expandimos para o Centro-Oeste e, hoje, estamos presentes em seis estados e no Distrito Federal, com mais de 1,8 mil lojas, gerando mais de 12 mil empregos diretos e indiretos. Em 2024, nossos associados faturaram R$ 2,8 bilhões em negócios. Atualmente somos a maior rede associativa de farmácias do país.
O associativismo vai além de garantir a sobrevivência das farmácias independentes - o modelo tem uma dimensão humana importante. A maioria das lojas pertence a famílias em que os proprietários e os farmacêuticos atendem no balcão. Muitas estão em municípios menores e afastados, pontos que raramente despertam o interesse dos grandes players. Não são mantidos apenas negócios, mas uma parcela relevante do comércio local, aquele que fomenta a microeconomia, gerando renda. O consumidor está seguro de ter suas necessidades de saúde e bem estar atendidas perto de casa, com conforto e conveniência. Dessa forma, o associativismo incentiva a atuação dos micro e pequenos empreendedores, promovendo oportunidades no varejo farmacêutico.
Presidente da Farmácias Associadas