Gabriela Panazzolo
A rotina de quem tem um animal de estimação envolve afeto, responsabilidade e, muitas vezes, desafios. Um dos maiores sempre foi o transporte. Como levar um cachorro ou gato ao veterinário se a única opção é o ônibus? Como garantir atendimento, vacinação ou castração se o transporte coletivo não permite a entrada de animais, mesmo pequenos, mesmo em caixas apropriadas?
Essa realidade começou a mudar em Guaíba. Agora é lei: animais de pequeno porte (até 10kg), transportados de forma segura, estão autorizados a circular no transporte coletivo urbano. Uma conquista que representa muito mais do que uma mudança de regra — representa dignidade, inclusão e cuidado.
Essa mudança também reforça a importância de pensarmos a mobilidade urbana de forma mais humana e adaptada às realidades diversas da população. Nem todas as famílias têm carro. Muitas mães, pais, idosos, trabalhadores e protetores independentes dependem exclusivamente do transporte público para tudo: consultas médicas, trabalho, compromissos, e, claro, para cuidar dos seus animais. Quando o sistema ignora essas realidades, ele exclui. Quando se adapta, ele acolhe.
Essa nova lei acolhe principalmente quem mais precisa: pessoas de baixa renda, famílias que não têm carro ou acesso a transporte particular, protetores que fazem um trabalho incansável pela causa animal. São essas pessoas que, muitas vezes, deixavam de buscar atendimento para seus bichinhos por não terem como chegar até lá.
Ao permitir o transporte responsável de animais, Guaíba dá um passo importante em direção a uma cidade mais inclusiva e consciente. Um município que cresce em tantas áreas e agora também começa a valorizar políticas públicas voltadas ao bem-estar animal.
Mais do que um benefício para quem ama seus animais, essa lei é um reflexo de uma sociedade que avança com empatia e compromisso com todas as formas de vida.
Vereadora de Guaíba (MDB)