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Publicada em 14 de Julho de 2025 às 19:00

Qual caminho escolheu o governo Lula?

Everton Braz, presidente do Podemos RS

Everton Braz, presidente do Podemos RS

Podemos/Divulgação/JC
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Everton Braz
Everton Braz
Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceu as eleições de 2022, uma de suas principais promessas era a de pacificar o Brasil. Com o slogan "União e Reconstrução", o governo se comprometia a encerrar um ciclo de divisão e antagonismos que marcou os anos anteriores. No entanto, passados dois anos e meio de mandato, a prática tem se distanciado perigosamente do discurso.
O que se observa é uma continuação da polarização, agora sob um novo formato. A divisão lulistas x bolsonaristas permanece intacta, e à medida que os desafios fiscais aumentam, o governo parece adotar uma nova estratégia: colocar brasileiros contra brasileiros. A tentativa de aumentar impostos - em um momento em que a arrecadação já é recorde - reforça essa aposta na divisão. Empresários contra trabalhadores, ricos contra pobres, setor produtivo contra setor público. É uma retórica perigosa e profundamente danosa para o País.
A raiz do problema é clara: o governo não trata a responsabilidade fiscal com a seriedade que merece. Enquanto a arrecadação cresce em níveis históricos, os gastos aumentam em ritmo ainda mais acelerado. O ajuste que deveria ser feito pela despesa está sendo empurrado para a receita, às custas do bolso do contribuinte.
Nesse ponto, vale lembrar o exemplo do Rio Grande do Sul. O então governador Eduardo Leite, com coragem e responsabilidade, enfrentou corporações e interesses organizados para enxugar a máquina pública. Até 2020, os gaúchos pagavam 30% de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicação. Hoje, o estado ostenta a menor alíquota do país. Isso beneficia a todos - pobres, classe média e ricos - e demonstra que é possível fazer ajuste fiscal com foco na despesa, e não com aumento de impostos.
O Brasil já rejeitou o discurso da divisão ao não reeleger Bolsonaro. Votou por união. Mas Lula, como mostram as pesquisas com seus altos índices de reprovação, está colhendo o que plantou. Ao dobrar a aposta na retórica conflitiva, joga brasileiros contra brasileiros, enfraquece o tecido social e coloca em risco a governabilidade.
Se a promessa era união, o momento exige coerência. O Brasil precisa de liderança que una, não que divida. Que ajuste o Estado pela responsabilidade, não pelo peso tributário. E que construa um futuro que sirva a todos, e não apenas a um lado da narrativa.
Presidente do Podemos RS
 

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