Wilen Manteli
Quando está se processando a verdadeira epopeia que caracteriza o esforço pela reconstrução do Estado, devastado que foi pelas cheias de 2023 e 2024, não se pode deixar de lado uma profunda atenção ao revigoramento das nossas hidrovias que atendem 17 terminais portuários de empresas localizadas na Região Metropolitana e do próprio porto de Porto Alegre.
Trata-se de restabelecer um elo básico do nosso modal de transporte, que foi fundamental no heroico ciclo de desenvolvimento do Rio Grande do Sul que teve lugar já a partir da ocupação efetiva do seu território com a chegada dos primeiros povoadores.
Não valorizar esse patrimônio constitui-se num crime de lesa pátria, que estaremos praticando contra nossos filhos e netos que por essa negligência, se persistir, terão diminuídas as suas oportunidades de sobrevivência através da oferta de postos de trabalho e geração de renda compatíveis em solo gaúcho.
Essa ação deveria ser iniciada pela recuperação dos canais aquaviários de acesso da Região Metropolitana da Capital ao Porto de Rio Grande - nossa porta para o comércio exterior, que envolve 34 municípios, 17 terminais portuários e o porto local.
O conjunto de empresas e o porto se beneficiariam da referida infraestrutura para circulação dos seus produtos para o Porto de Rio Grande com destino final aos mercados internos e externos.
Com a liberação dos recursos do Funrigs na ordem de R$ 294,4 milhões para os canais e a melhoria do porto da Capital, este é o momento para estudar-se um modelo de gestão mais dinâmico para esse porto, sem descartar as várias alternativas, inclusive a privatização. Deveria adotar-se uma sistemática integrando as autoridades, prefeitos da região, entidades empresariais, empresas usuárias do transporte fluvial e academias.
Esse território tem notória capacidade de atrair novos empreendimentos, mobilizar recursos financeiros e tecnológicos, se integrando com os setores de produção, comércio, navegação interior, operadores e o porto de Rio Grande, tendo como resultado a agregação de valor aos nossos produtos, daí resultando uma série de benefícios econômicos e sociais. Alguém pode ser contra isso?
Presidente da Associação Hidrovias RS - HidroviasRS