Marcos Torati
Apesar dos avanços proporcionados pela reforma psiquiátrica, a jornada em busca de uma saúde mental plena e acessível para todos os brasileiros ainda enfrenta obstáculos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019 o Brasil já era tido como o país com maior prevalência de ansiedade no mundo, com cerca de 18,6 milhões de pessoas ansiosas.
Historicamente, nossa sociedade tende a relegar o sofrimento psíquico ao domínio espiritual, obscurecendo a compreensão da saúde mental como parte do bem-estar geral. Esse preconceito dificulta o reconhecimento da necessidade de tratamento profissional e perpetua a ideia equivocada de que buscar ajuda psicológica é sinal de fraqueza ou inadequação
Essa resistência se manifesta de forma particularmente preocupante entre a população masculina. Imersos em um ideal de masculinidade tóxica, forjado pelo machismo, os homens são frequentemente desencorajados a expressar suas vulnerabilidades emocionais.
O acesso aos tratamentos psicológicos e psiquiátricos no Brasil ainda está longe do ideal. A cobertura da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e do Sistema Único de Saúde (SUS) é limitada e desigual, afetando especialmente as populações de baixa renda que não possuem recursos para arcar com tratamentos particulares.
O Relatório Saúde Mental em Dados nº 13 do Ministério da Saúde, publicado em fevereiro de 2025, retrata que existem 3.019 unidades do CAPS no País, porém, regiões como o Norte, Centro-Oeste e Sudeste contam com 0,79, 0,81 e 1,12 CAPS a cada 100 mil habitantes, respectivamente. A desproporção entre o número de pacientes e a disponibilidade de profissionais resulta em longas filas de espera, retardando o acesso a cuidados essenciais.
Superar o preconceito em relação à terapia é importante para transformar o cuidado psicológico em um serviço de saúde acessível e naturalizado no Brasil. Isso implica em desconstruir a ideia de que dificuldades psicológicas são sinônimo de fraqueza, falha moral ou ausência de fé. Como sabiamente observou Freud, talvez fôssemos mais saudáveis se tivéssemos "permanecido menos perfeitos".
Embora o Brasil tenha trilhado um caminho importante na reforma psiquiátrica, a jornada rumo a uma saúde mental equitativa e acessível para todos ainda é longa e desafiadora.
Apesar dos avanços proporcionados pela reforma psiquiátrica, a jornada em busca de uma saúde mental plena e acessível para todos os brasileiros ainda enfrenta obstáculos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019 o Brasil já era tido como o país com maior prevalência de ansiedade no mundo, com cerca de 18,6 milhões de pessoas ansiosas.
Historicamente, nossa sociedade tende a relegar o sofrimento psíquico ao domínio espiritual, obscurecendo a compreensão da saúde mental como parte do bem-estar geral. Esse preconceito dificulta o reconhecimento da necessidade de tratamento profissional e perpetua a ideia equivocada de que buscar ajuda psicológica é sinal de fraqueza ou inadequação
Essa resistência se manifesta de forma particularmente preocupante entre a população masculina. Imersos em um ideal de masculinidade tóxica, forjado pelo machismo, os homens são frequentemente desencorajados a expressar suas vulnerabilidades emocionais.
O acesso aos tratamentos psicológicos e psiquiátricos no Brasil ainda está longe do ideal. A cobertura da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e do Sistema Único de Saúde (SUS) é limitada e desigual, afetando especialmente as populações de baixa renda que não possuem recursos para arcar com tratamentos particulares.
O Relatório Saúde Mental em Dados nº 13 do Ministério da Saúde, publicado em fevereiro de 2025, retrata que existem 3.019 unidades do CAPS no País, porém, regiões como o Norte, Centro-Oeste e Sudeste contam com 0,79, 0,81 e 1,12 CAPS a cada 100 mil habitantes, respectivamente. A desproporção entre o número de pacientes e a disponibilidade de profissionais resulta em longas filas de espera, retardando o acesso a cuidados essenciais.
Superar o preconceito em relação à terapia é importante para transformar o cuidado psicológico em um serviço de saúde acessível e naturalizado no Brasil. Isso implica em desconstruir a ideia de que dificuldades psicológicas são sinônimo de fraqueza, falha moral ou ausência de fé. Como sabiamente observou Freud, talvez fôssemos mais saudáveis se tivéssemos "permanecido menos perfeitos".
Embora o Brasil tenha trilhado um caminho importante na reforma psiquiátrica, a jornada rumo a uma saúde mental equitativa e acessível para todos ainda é longa e desafiadora.
Psicólogo, professor e mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP