Mariah Ayana Charão
Embalagens de presentes com laços brilham nos olhos de uma criança no seu aniversário. O saquinho que guarda o vestido florido daquela loja virtual que todo mundo ama comprar. A água empacotada dentro de uma garrafa de plástico. O milho guardado em uma bandeja de isopor enrolado delicadamente por um plástico filme. O smartphone acomodado dentro de uma caixinha selado por um plástico grosso que não deixa a água passar. Enquanto isso… o Projeto Tamar resgata uma tartaruga verde que sofre com o pedaço de plástico no estômago. Na esquina, a água acumula fazendo uma piscina que esconde o bueiro cheio de lixo. O cemitério de roupas chileno aumenta todos os dias. Vivemos em um mundo que está sendo empacotado e isso está deixando a Terra doente.
Eu, que só tenho 12 anos, já devo ter deixado um monte de lixo que machuca nosso planeta. A cada dia, a imunidade da Terra diminui. Ela está fraquinha, sentindo dor e não está mais conseguindo produzir os anticorpos para se defender. E como será que a Terra se sente? E como seria o mundo se a gente começasse a aproveitar o que joga fora?
Transformar uma roupa velha em uma roupa nova, diminuir o plástico das embalagens de presente? Essas perguntas foram feitas pela minha professora na sala de aula e eu entendi que um dos remédios para diminuir a dor que a Terra sente é a mudança no jeito com que lidamos com o nosso lixo.
Na escola, aprendi que reduzir, reutilizar e reciclar são formas de reflorestar nossas mentes. Foi a partir da preocupação sobre o que fazemos com o nosso lixo que o Coletivo Luísa Marques, um grupo de mediadoras de leitura da minha escola, criou o projeto "Colocar o coração no ritmo da Terra". As meninas fazem contação de histórias e convidam a comunidade escolar a se conectarem com a natureza. Ano passado, toda escola se envolveu nessa proposta. Lembro que as crianças se divertiram com caixas pedagógicas que tinham desafios de terapia da natureza. Isso tudo foi muito legal, pois semeou na gente a importância de amar e cuidar do nosso planeta.
Nossas ações podem fazer a diferença! Pequenas mudanças de hábito, como reutilizar roupas e diminuir embalagens plásticas nos presentes, podem contribuir para o nosso futuro e para a saúde do planeta. Vamos lembrar que o bem-estar da Terra é o nosso bem-estar também!
Integrante do Coletivo Luísa Marques da Escola Municipal de Ensino Fundamental Saint Hilaire de Porto Alegre