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Publicada em 01 de Junho de 2025 às 19:38

Violência de gênero no RS desafia políticas públicas

/ARTE/JC
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O aumento de feminicídios no Rio Grande do Sul traz à tona os desafios estruturais e culturais no combate aos crimes de gênero no Estado. Embora diversas iniciativas estejam em vigor para garantir a proteção das vítimas, ainda há muito a ser feito para conscientizar a população sobre a necessidade de erradicar a violência contra as mulheres e da importância de denunciar casos de agressão. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), nos quatro primeiros meses de 2025, 27 mulheres foram assassinadas, 11 delas no mês de abril.
O aumento de feminicídios no Rio Grande do Sul traz à tona os desafios estruturais e culturais no combate aos crimes de gênero no Estado. Embora diversas iniciativas estejam em vigor para garantir a proteção das vítimas, ainda há muito a ser feito para conscientizar a população sobre a necessidade de erradicar a violência contra as mulheres e da importância de denunciar casos de agressão. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), nos quatro primeiros meses de 2025, 27 mulheres foram assassinadas, 11 delas no mês de abril.
Diversos programas foram lançados nos últimos anos voltados à proteção das mulheres, mas são insuficientes para evitar que esse tipo de crime siga ocorrendo. O Rio Grande do Sul foi pioneiro em iniciativas como a Patrulha Maria da Penha, criado pela Brigada Militar; o Fale com Elas, do Ministério Público; e o Selo Em Frente, Mulher, que concede uma certificação a empresas que mantêm ações contínuas de promoção da equidade de gênero e enfrentamento da violência contra a mulher.
Recentemente, foi implantada a Medida Protetiva Online, idealizada pela Polícia Civil gaúcha e desenvolvida pela Procergs. A ferramenta permite à vítima pedir medidas protetivas pela internet. A inovação representa maior rapidez e segurança, visto a realidade enfrentada por muitas mulheres de dificuldades e riscos para saírem de casa e buscar ajuda. É preciso que seja feito um forte trabalho de divulgação dessa novidade para reverter o elevado número de vítimas que não denunciam os casos de agressões por medo de sofrerem represálias.
O combate à violência contra a mulher deve começar cedo, ainda na infância, na educação de meninos e meninas. Neste sentido, deve ser avaliada a inclusão do tema da violência contra a mulher no currículo escolar. A proposta foi apresentada pela promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional Criminal e de Acolhimento às Vítimas do MP, Alessandra da Cunha durante o Tá na Mesa, promovido pela Federasul e que reuniu também o secretário de Segurança Pública do Estado, Sandro Caron, e a delegada de Polícia Tatiana Bastos.
É urgente que o enfrentamento à violência de gênero seja tratado como prioridade por entes públicos e a sociedade. Isso exige investimentos contínuos, articulação entre os setores público e privado, e, sobretudo, o compromisso coletivo com a construção de uma cultura de respeito, equidade e tolerância zero à violência.
 

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