Samara Oliveira
Em 2025, a sustentabilidade virou moeda de troca nas redes sociais. Marcas usam filtros verdes e hashtags para exibir ações como plantar árvores ou limpar praias. Muitas, porém, praticam "greenwashing", com ações superficiais. A realidade é crua: o Brasil joga 580 kg de redes de pesca por dia no mar, afetando 69 mil animais marinhos, diz a National Geographic Brasil e a Ocean Conservancy. Globalmente, 640 mil toneladas de equipamentos de pesca são abandonadas por ano. Resolver isso exige tecnologia e compromisso, que não cabe em posts virais. Marcas de impacto enfrentam um dilema: autenticidade ou modismo?
O "greenwashing" não é inofensivo. Marcas de moda vendem coleções "sustentáveis", mas mantêm cadeias com trabalho precário e altas emissões. Para 51% dos brasileiros, a fast fashion ignora o impacto ambiental, mas só 26% compram de marcas sustentáveis, segundo a YouGov Profiles. A desconfiança cresce: embora 71% das empresas afirmem adotar ações de ESG, segundo o estudo “Panorama ESG 2024” da Amcham Brasil, apenas 23% dos brasileiros acreditam que as empresas cumprem bem seu papel ambiental e social, conforme a pesquisa ESG 360º.
Marcas de impacto dependem de consistência. Reciclar redes de pesca exige parcerias com comunidades e rastreabilidade, um processo caro. No Brasil, 83% dos negócios de impacto relatam dificuldades para acessar capital e escalar, segundo Artemisia, ICE, Pipe.Social. Ainda assim, persistem por convicção.
Iniciativas sustentáveis devem investir em transparência, como relatórios públicos de impacto socioambiental e parcerias verificáveis com comunidades. Certificações independentes, como a B Corp, reforçam a legitimidade de grandes instituições. Além disso, é crucial educar consumidores: campanhas que explicam o custo real da sustentabilidade, como o trabalho artesanal em comunidades pesqueiras, podem construir confiança.
Ser uma marca de impacto é nadar contra a corrente. Enquanto o "greenwashing" usa a sustentabilidade como marketing, negócios autênticos enfrentam custos altos e ceticismo. A autenticidade é seu maior ativo. Com transparência e compromisso, essas marcas podem liderar uma mudança cultural, onde o impacto real supera curtidas. Em um mundo de narrativas fugazes, a verdade perdura.
Oceanógrafa e gestora de marketing e relacionamento da Marulho
O "greenwashing" não é inofensivo. Marcas de moda vendem coleções "sustentáveis", mas mantêm cadeias com trabalho precário e altas emissões. Para 51% dos brasileiros, a fast fashion ignora o impacto ambiental, mas só 26% compram de marcas sustentáveis, segundo a YouGov Profiles. A desconfiança cresce: embora 71% das empresas afirmem adotar ações de ESG, segundo o estudo “Panorama ESG 2024” da Amcham Brasil, apenas 23% dos brasileiros acreditam que as empresas cumprem bem seu papel ambiental e social, conforme a pesquisa ESG 360º.
Marcas de impacto dependem de consistência. Reciclar redes de pesca exige parcerias com comunidades e rastreabilidade, um processo caro. No Brasil, 83% dos negócios de impacto relatam dificuldades para acessar capital e escalar, segundo Artemisia, ICE, Pipe.Social. Ainda assim, persistem por convicção.
Iniciativas sustentáveis devem investir em transparência, como relatórios públicos de impacto socioambiental e parcerias verificáveis com comunidades. Certificações independentes, como a B Corp, reforçam a legitimidade de grandes instituições. Além disso, é crucial educar consumidores: campanhas que explicam o custo real da sustentabilidade, como o trabalho artesanal em comunidades pesqueiras, podem construir confiança.
Ser uma marca de impacto é nadar contra a corrente. Enquanto o "greenwashing" usa a sustentabilidade como marketing, negócios autênticos enfrentam custos altos e ceticismo. A autenticidade é seu maior ativo. Com transparência e compromisso, essas marcas podem liderar uma mudança cultural, onde o impacto real supera curtidas. Em um mundo de narrativas fugazes, a verdade perdura.
Oceanógrafa e gestora de marketing e relacionamento da Marulho