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Publicada em 01 de Junho de 2025 às 18:00

Potencial desperdiçado no Rio Grande do Sul

Paulo Serpa, presidente da Lavras do Sul Mineração

Paulo Serpa, presidente da Lavras do Sul Mineração

Divulgação/JC
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Paulo Serpa
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Uma das maiores economias do País ainda desperdiça um potencial gigantesco de desenvolvimento econômico e impactos sociais positivos. Falo do Rio Grande do Sul, que, devido a entraves, aproveita muito pouco dos benefícios de suas reservas minerais.
Diversos estudos apontam no RS a ocorrência de depósitos de metais nobres, como ouro, prata, cobre e zinco; minerais não metálicos, como calcário, fosfato e rochas ornamentais; e agregados para a construção civil. Uma riqueza que, se bem aproveitada, poderia resultar em emprego e renda, maior recolhimento de impostos, desenvolvimento da atividade industrial, além da perspectiva de um futuro melhor para as populações locais.
Para termos uma ideia do cenário, a arrecadação com a CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) rende, por ano, aos cofres públicos no RS R$ 33,4 milhões, segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), em 2024. Na Bahia são R$ 166,6 milhões, e R$ 203,6 mi em Goiás. Um montante que, se ampliado, poderia significar mais investimentos públicos em benefício das comunidades locais, com projetos de infraestrutura, segurança, saúde, educação.
Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração, IBRAM, mais de 90% das mineradoras no País já tinham mapeado, em 2023, as necessidades e/ou prioridades das comunidades onde estão inseridas, mapeamentos esses que servem como base para o desenvolvimento de projetos socioambientais. Ainda de acordo com o IBRAM, os investimentos em projetos de mineração devem aumentar 6,6% nos próximos anos, somando US$ 68,4 bilhões até 2029, sendo que cerca de 17 % desse total serão destinados a ações socioambientais.
Isso sem contar no impacto direto da geração de empregos. Dados do IBRAM mostram que são 2,7 milhões os trabalhadores brasileiros envolvidos, de alguma forma, com a atividade da mineração. E, para cada emprego direto no setor, outros 13 são gerados na cadeia que envolve fornecedores e parceiros.
Essa é a realidade que queremos para o Rio Grande do Sul. Um Estado que, como sabemos, está em um processo de reconstrução importante e que deve durar muitos anos, após as enchentes de 2024. E, por isso, precisa contar com todo o apoio disponível, seja no poder público ou na iniciativa privada.
Membro da Frente pelo Desenvolvimento da Região da Campanha do Rio Grande do Sul e presidente da Lavras do Sul Mineração
 

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