O prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (DIRPF) está em seus momentos finais, e muitos contribuintes ainda não prestaram as contas com o Leão. Ao contrário de 2024, quando os gaúchos tiveram mais tempo em decorrência da tragédia climática, em 2025 o período é o mesmo que o dos demais brasileiros, se esgotando às 23h59min desta sexta-feira (30).
Mais do que um mero cumprimento das obrigações junto ao Fisco, a entrega do IR é um exercício de planejamento. Manter os documentos organizados ao longo do ano - rendimentos, despesas e investimentos - é sinal de maturidade financeira. O hábito de deixar para a última hora traz o risco de informar algum dado errado e cair na malha fina ou a perda do prazo, o que acarreta no pagamento de multa.
Nos últimos anos, a Receita Federal tem realizado melhorias que tornam o processo mais simples. Entre as alterações que facilitam o cumprimento da obrigação tributária estão a declaração pré-preenchida e o aplicativo Meu Imposto de Renda. Entretanto, se tais recursos tornam a entrega da DIRPF mais simples, para uma parcela dos contribuintes seu uso esbarra na falta de familiaridade com essas tecnologias, como é o caso de idosos.
Em 2025, algumas das mudanças feitas pela Receita merecem maior atenção, como a ampliação da obrigatoriedade para quem recebeu rendimentos tributários, a declaração de criptoativos e a importação automática de dados de instituições financeiras. A orientação de um profissional contábil é um dos caminhos para garantir que a entrega dos dados ocorra sem erros.
Um ponto pouco explorado pelos contribuintes é a destinação de parte do imposto devido a fundos sociais. Pessoas físicas que optam pelo modelo completo da declaração podem direcionar até 6% do imposto a pagar para fundos voltados à infância e adolescência (FIA) e aos fundos do idoso, além de projetos aprovados nas áreas de cultura, audiovisual e esporte. Em vez de o valor ir para os cofres do governo, ele é direcionado a projetos com impacto direto nas comunidades, uma forma de contribuir com políticas públicas e iniciativas sociais.
Mais do que uma obrigação, o Imposto de Renda pode ser uma ferramenta de participação social ativa. Doar é exercer o direito de decidir, ainda que em pequena escala, como parte dos impostos será utilizada, um gesto que fortalece a cidadania e aproxima o contribuinte das causas públicas.