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Publicada em 28 de Maio de 2025 às 19:00

O produtor rural pede socorro

Nestor Ellwanger, presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp)

Nestor Ellwanger, presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp)

Divulgação/JC
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Nestor Ellwanger
Nestor Ellwanger
O Vale do Rio Pardo é feito de gente que levanta cedo, enfrenta sol, seca, chuva ou barro, e mesmo assim não desiste da sua luta. Mas até onde vai a força de quem carrega nas costas a base da nossa economia? Nos últimos cinco anos, o que vimos foi uma sequência de tragédias no campo. Primeiro a seca, agora a enchente. Em 2024, muita gente perdeu tudo: lavoura, casa, animais, esperança. E o que nos chega? Promessas. Enquanto isso, o tempo passa e o prejuízo aumenta.
Não estamos falando só do produtor rural. Quem depende da agricultura é muito mais gente do que se imagina. Por trás da atividade primária há toda uma cadeia produtiva, formada por caminhoneiros, comerciantes, empresas, famílias inteiras. Quando o campo para a cidade sente. Os municípios, já com orçamentos apertados, perdem arrecadação. Isso significa menos investimento em saúde, educação e infraestrutura. O impacto é em cadeia; e o produtor, que já sofre com dívidas e perdas, ainda precisa esperar sentado por medidas que nunca chegam a tempo.
A Amvarp tem feito o que pode. Estivemos em Brasília, levamos a voz dos nossos agricultores até o Senado, por meio do senador Luis Carlos Heinze, e buscamos apoio de todas as lideranças regionais. Mas não podemos seguir sozinhos. A ajuda do governo precisa ser real, rápida e efetiva. Não dá mais para empurrar com a barriga. É hora de liberar recursos, facilitar crédito, garantir renegociação das dívidas e apoiar quem está reconstruindo o que foi perdido.
Também é urgente discutir a securitização rural com seriedade. O produtor não pode continuar refém do clima, ainda mais do jeito em que o clima está. Precisamos de políticas públicas que protejam o pequeno agricultor das instabilidades da natureza e do mercado. Quem trabalha no campo não quer esmola, deseja apenas condições justas para produzir, gerar renda e seguir contribuindo com o crescimento dos nossos municípios.
Este não é um pedido, é um grito. Um clamor de quem está no limite. Não podemos mais esperar, pois a agricultura é o coração da economia no Vale do Rio Pardo. Se ela para, todo o corpo adoece. Precisamos ter em mente que sem o campo forte, o município enfraquece. E sem o município, não há Estado que se sustente.
Presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp)
 

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