Edmilson Milan
É inegável o impacto positivo das exportações para o desenvolvimento econômico dos países, especialmente em função do seu poder de geração de empregos e renda. Na esfera empresarial, fatores de estímulo e barreiras comerciais coexistem e moldam três trajetórias possíveis para as empresas exportadoras: a persistência nas vendas externas, o abandono da atividade e a intermitência.
A persistência na exportação, resultado de um planejamento estratégico, confere vantagens competitivas sustentáveis às empresas, exigindo aprendizado constante, adaptação cultural e inovação. A experiência com a atividade exportadora torna as empresas mais competitivas também no mercado doméstico, normalmente incrementado o faturamento e o porte delas, caracterizando trajetória de sucesso. Entretanto, entre 1999 e 2006, das 3.980 empresas gaúchas que iniciaram exportações, somente cerca de 200 permanecem exportando com certa frequência.
Em um cenário global marcado por turbulências, como o aumento repentino de tarifas de importação pelos Estados Unidos, o comércio internacional passa por realinhamentos que afetam todos os países, mas que podem beneficiar o Brasil e, em particular, o Rio Grande do Sul. Isso porque os produtos brasileiros, especialmente os do agronegócio, não concorrem diretamente com os norte-americanos e podem ganhar espaço em mercados que buscam alternativas aos fornecedores tradicionais.
Em 2024, o RS registrou 3.246 empresas exportadoras, consolidando-se como o segundo estado com maior número de exportadores, somando US$ 21,9 bilhões em vendas externas. Diante desse cenário, é fundamental valorizar iniciativas como o Prêmio Exportação RS — conduzido por um Conselho formado por 16 entidades — e o recém-criado Invest RS. Ambas contribuem para ampliar a base exportadora, promovendo o desenvolvimento econômico e social gaúcho mesmo em um ambiente internacional desafiador.
Além de reconhecer o desempenho das empresas, essas ações estimulam a inovação, o fortalecimento das cadeias produtivas e a inserção qualificada em mercados estratégicos. Também são importantes por oferecerem visibilidade a setores com alto potencial competitivo, incentivando a adoção de boas práticas de gestão e a busca por certificações internacionais. Movimentos que têm um único objetivo: ampliar a presença global das empresas gaúchas e consolidar sua competitividade no cenário exportador.
CEO do Prêmio Exportação RS