Paulo Pitrez
A pesquisa clínica é essencial para a evolução da medicina, viabilizando o desenvolvimento de vacinas, medicamentos e tecnologias com eficácia e segurança comprovadas. Investir na área permite criar terapias inovadoras para doenças graves, impactando positivamente a qualidade de vida e a longevidade da população.
Em um ecossistema moderno, a pesquisa clínica transforma realidades ao ampliar o acesso a tratamentos de ponta. Exemplo disso é a história de uma paciente de 42 anos, mãe de dois filhos, diagnosticada com melanoma metastático. Após falhar nas terapias tradicionais, foi incluída em um estudo clínico com uma nova terapia. Três anos depois, está em remissão, *com ausência de sintomas e resposta positiva ao tratamento*. Um caso que mostra o poder transformador da ciência. Além do impacto direto na vida dos pacientes, os estudos clínicos também aliviam o sistema de saúde, já que o tratamento durante a participação é custeado pelo parceiro do estudo.
O Brasil tem avançado significativamente no setor nos últimos anos, consolidando-se como um dos principais polos da América Latina. O País conta hoje com uma infraestrutura mais moderna, profissionais qualificados e um sistema regulatório mais estruturado. No entanto, ao compararmos com potências como Estados Unidos e países europeus, ainda enfrentamos desafios, como a burocracia nos processos regulatórios, a dificuldade de recrutamento para estudos de alta complexidade e uma maior concentração de pesquisas em grandes centros urbanos.
Para avançar, é necessário modernizar a regulamentação, descentralizar mais os centros, investir em capacitação mais abrangente e criar incentivos que atraiam mais estudos ao País. A colaboração entre governo, universidades e o setor privado também é essencial para financiar pesquisas e otimizar recursos.
Alinhado com uma medicina assistencial de excelência, Porto Alegre tem potencial para ser uma referência global em pesquisa clínica. Para isso, é preciso investir em eventos científicos, fomentar parcerias com startups e universidades e organizar uma rede de identificação de pacientes elegíveis. Assim, a cidade pode se tornar líder em pesquisas de alto impacto e atrair mais investimentos para a saúde. Consolidar esse ecossistema é dar à ciência o protagonismo que salva vidas e posiciona Porto Alegre no mapa global da inovação em saúde.
CEO e Diretor de Pesquisa do Instituto Ceos