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Publicada em 14 de Maio de 2025 às 14:00

O que as águas nos ensinaram?

Maurício Coloniezzi Erthal, vice-diretor Administrativo do Colégio Marista Rosário

Maurício Coloniezzi Erthal, vice-diretor Administrativo do Colégio Marista Rosário

Divulgação/JC
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Maurício Coloniezzi ErthalUm ano se passou desde que as enchentes expuseram a vulnerabilidade do Rio Grande do Sul diante da força da natureza. As águas destruíram sonhos e trouxeram dias de incerteza, provações e perdas irreparáveis. No meio da adversidade, a solidariedade mostrou que, mesmo diante das dificuldades, a humanidade sempre encontra espaço.
Maurício Coloniezzi Erthal

Um ano se passou desde que as enchentes expuseram a vulnerabilidade do Rio Grande do Sul diante da força da natureza. As águas destruíram sonhos e trouxeram dias de incerteza, provações e perdas irreparáveis. No meio da adversidade, a solidariedade mostrou que, mesmo diante das dificuldades, a humanidade sempre encontra espaço.
Centenas de pessoas e empresas contabilizaram perdas. Casas, histórias e memórias foram interrompidas; bairros inteiros, transformados. A água levou muito, mas também reforçou uma lição: vivemos em rede. O que afeta um, afeta todos. E só há um caminho possível para o futuro — um terreno firme, baseado em empatia, ação coletiva e respeito aos recursos naturais, começando com pequenos gestos no dia a dia.

Cada alimento doado, cada gesto de cuidado e cada mão estendida trouxeram solidariedade para as ruas, escolas e empresas, aproximando desconhecidos. Aqui no Colégio Marista Rosário, junto à Associação de Pais e Mestres (Apamecor), acolhemos cerca de 340 pessoas desabrigadas e mobilizamos educadores, estudantes e voluntários para arrecadar doações e garantir assistência às famílias.

As enchentes não foram apenas um fenômeno natural, mas também resultado de decisões humanas incoerentes. Falhas na organização urbana e ausência de políticas públicas preventivas agravaram a situação. É urgente repensar o planejamento de nossas cidades e investir em infraestrutura resiliente.

Porto Alegre caminha atenta para enxergar um futuro promissor, que idealize o amanhã — dono de muitas gerações que ainda haverão de descortiná-lo. A cidade que ressurge das águas deve ser mais consciente, mais preventiva, mais preparada — um berço seguro para aqueles e aquelas que aqui subsistem. Cabe a nós garantirmos que esse aprendizado não se perca enquanto o solo estiver seco.
Vice-Diretor Administrativo do Colégio Marista Rosário

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