Rodrigo Lorenzoni
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul comemora 190 anos de fundação em 2025. Ao longo de quase dois séculos de existência, o Parlamento gaúcho conta a trajetória de uma instituição composta por ciclos de resistência, debate e, principalmente, defesa da liberdade.
Em sua origem, o Parlamento moderno surge para limitar o poder do soberano e, com o passar dos anos, com o aprimoramento das ferramentas de representação da sociedade, torna-se o Poder em que o povo está retratado em sua plenitude.
No caso do Rio Grande do Sul, desde 1835, a Assembleia tornou-se palco de debates históricos. Foi abrigo de positivistas, liberais, progressistas, trabalhistas, conservadores.
Desde então, a Assembleia Legislativa testemunhou revoluções, quedas de governo, alternâncias de poder. Viveu momentos de independência crítica e abrigo da liberdade de pensamento; mas foi também alvo do cerceamento autoritário e da censura.
O importante é que as raízes de defesa da liberdade que a fundaram e que são a razão de existir do Parlamento perduraram por todo esse tempo e hoje, ainda que sob ataque, a atividade parlamentar ali presente é um dos freios e contrapesos que nos permite trabalhar por um Brasil livre.
Infelizmente, hoje, a imunidade parlamentar — consagrada no artigo 35 da Constituição de 1988 e fundamental para garantir a inviolabilidade dos representantes por suas opiniões e votos — vem sendo questionada, muitas vezes relativizada.
Como bem disse Ronald Reagan, "a liberdade nunca está a mais do que uma geração de ser perdida". A História está repleta de exemplos que confirmam este alerta. Se a tribuna do Parlamento se cala, é a sociedade que perde sua voz.
Que nos próximos anos esta Assembleia seja o que sempre foi: um bastião da liberdade, onde o debate livre e a independência de pensamento moldam um Rio Grande do Sul mais próspero e justo.
A tribuna livre de hoje é a garantia da sociedade livre de amanhã.
Deputado estadual (PL)