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Publicada em 02 de Maio de 2025 às 10:52

Aprenda a ler seus colaboradores

Leonardo Oliveira, empresário e um dos idealizadores do programa Gestão de Impacto

Leonardo Oliveira, empresário e um dos idealizadores do programa Gestão de Impacto

Arquivo Pessoal/Divulgação/JC
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Leonardo OliveiraO número de brasileiros que pediram demissão foi recorde no ano passado e já são quase 39% dos desligamentos. O Brasil enfrenta uma taxa de rotatividade de 52% ao ano. A queda do desemprego obviamente contribui para esse cenário, mas não só. Ocorre que há uma valorização de aspectos da vida profissional que passavam batido. Se, antes, um bom salário bastava para fazer carreira e passar a vida inteira numa mesma empresa, hoje isso já não é o bastante.
Leonardo Oliveira

O número de brasileiros que pediram demissão foi recorde no ano passado e já são quase 39% dos desligamentos. O Brasil enfrenta uma taxa de rotatividade de 52% ao ano. A queda do desemprego obviamente contribui para esse cenário, mas não só. Ocorre que há uma valorização de aspectos da vida profissional que passavam batido. Se, antes, um bom salário bastava para fazer carreira e passar a vida inteira numa mesma empresa, hoje isso já não é o bastante.
As pessoas passaram a valorizar um equilíbrio maior entre vida pessoal e profissional. No que se refere ao trabalho, um bom salário já não é o suficiente. Querem reconhecimento e oportunidades. Querem pertencer, mas não a qualquer coisa: querem fazer parte de algo maior, com propósito, responsabilidade social, sustentável. O que muitos gestores consideravam secundário e que existe apenas para constar nos sites corporativos faz diferença na hora de um consumidor escolher uma marca em detrimento de outro, da mesma forma que faz diferença na hora de um profissional escolher uma empresa em detrimento de outra.
Muito dessa tendência tem relação com o ingresso da geração Z no mercado de trabalho, mas não só. Essa realidade reflete uma mudança da sociedade como um todo. No que se refere à geração Z, erram gestores que buscam adaptá-los a culturas organizacionais engessadas. As empresas precisam entender qual a dinâmica desse colaborador, já que será toda a mão de obra de que disporão em um curto espaço de tempo. Isso, aliás, não se aplica apenas aos trabalhadores da geração Z. As lideranças mais bem-sucedidas conhecem seus profissionais e conseguem extrair o que há de melhor em cada um deles.
O apagão de mão de obra qualificada é real. Não por acaso, as empresas passaram a investir cada vez mais em ESG e em employer branding. Aprender a ler os colaboradores e construir uma boa marca empregadora é investir em capital humano. Somente quem fizer o tema de casa conseguirá atrair, desenvolver e reter bons profissionais.
Empresário e desenvolvedor de negócios e um dos idealizadores do programa Gestão de Impacto

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