Rodrigo Sisnandes
Vive-se cada vez mais e nascem cada vez menos crianças. A realidade que preocupa boa parte dos países europeus tem se aproximado do Brasil — e em velocidade maior. Enquanto a Itália, um dos países com maior percentual de idosos do bloco, desenvolve campanhas para estimular jovens casais a terem mais filhos, por aqui, a inversão da pirâmide que se avizinha ainda é tema incipiente.
O último Censo Demográfico, de 2022, mostrou que o Brasil tem 203 milhões de habitantes e, conforme projeções, o crescimento populacional deve estagnar dentro de 17 anos. No Rio Grande do Sul, onde a população de 10,3 milhões de habitantes é composta por mais de 20% de pessoas com 60 anos ou mais, esse aumento deve cessar em breve, em 2026.
Na prática, isso quer dizer que, logo ali na frente, nossa população será majoritariamente idosa. Consequentemente, o número de jovens no mercado de trabalho também diminuirá, tornando imperativo para as empresas a ampliação da oferta de benefícios que visam atrair e reter mão de obra qualificada.
Desde a pandemia, o mercado de trabalho passou por mudanças significativas. Se antes da crise sanitária o foco era o salário, atualmente, a flexibilidade — trabalho remoto e horário flexível —, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, bem como oportunidades de crescimento, são cruciais. Com isso, as empresas estão percebendo a importância de valorizar os colaboradores, oferecendo mais do que benefícios básicos.
Recentemente, inclusive, o termo "CLT Premium" se tornou viral, quando alguns jovens tornaram públicas as vantagens trabalhistas que extrapolam o que é exigido por lei. Para além dos vales-alimentação, refeição, academia, bonificação referente aos lucros obtidos pela empresa e planos de saúde e odontológico, a previdência privada também entra no rol dos atrativos para os trabalhadores.
Além do cenário de incertezas com a previdência pública no Brasil, a sensação de segurança financeira e a perspectiva de uma aposentadoria tranquila são fatores que influenciam a motivação e a satisfação dos trabalhadores, fatores cruciais para a construção de uma equipe produtiva e engajada.
Valorizar o colaborador vai muito além de oferecer vantagens a curto prazo. Pensar e projetar um futuro financeiro saudável também é — e deve ser visto — como grande atrativo, tanto para empregados como para empregadores.
Diretor-presidente da Família Prev