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Publicada em 30 de Setembro de 2024 às 15:12

O RS pode iluminar o caminho dos diabéticos

Vinicius Peraça, jornalista

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Nauro Junior/Divulgação/JC
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Vinicius Peraça
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Imagine percorrer todos os dias uma rodovia movimentada, onde podem surgir obstáculos que, se não contornados, causam graves problemas. Agora adicione desafio extra: o trajeto deve ser feito no escuro, com o farol ligado em poucos momentos da viagem, iluminando apenas onde você está. Não se sabe o que passou, tampouco o que há pela frente. Arriscado? Pois é assim que vivem pessoas que não têm acesso às formas mais modernas de controle da diabetes.
Tal qual andar por estradas escuras, lidar com essa doença é viagem que exige total atenção. Se feita sob a luz de cuidados e informações, se torna bem menos perigosa. Por isso, é fundamental o monitoramento contínuo da glicose no sangue, em tempo real. Sobretudo quem convive com o tipo 1 da diabetes, em que o sistema imunológico ataca as células que produzem insulina. Faço parte desse grupo e, se houvesse espaço, poderia relatar episódios tensos vividos nessa travessia arriscada, como inconsciência, desmaios, visão turva…
Infelizmente, no RS e em quase todo o Brasil, o que o SUS disponibiliza aos diabéticos são monitores que agem pela coleta de sangue com furos nos dedos, de três a quatro vezes por dia. Estes aparelhos são limitantes, pois no restante do tempo não temos ideia se há risco de hipo ou hiperglicemia. O que pode trazer consequências sérias
A solução são os medidores contínuos. Sensores (Freestyle Libre e/ou Libre 2) que, aplicados no braço, mostram em tempo real o nível de glicose e se está em queda ou alta, facilitando o controle da diabetes. Em cidades de MG, PR e SC, por exemplo, há distribuição. Em SP, a Assembleia aprovou projeto, lamentavelmente vetado pelo governador.
Meu apelo e de milhares de diabéticos gaúchos - somos mais de 700 mil, o terceiro estado em prevalência - é para que deputados estaduais e Executivo atentem para isso. É direito básico à saúde que, além de assegurar qualidade de vida, também pode significar economia à rede de saúde ao lidar com menos pacientes vitimados por complicações da doença. O pedido aos parlamentares e gestores é que iluminem essa estrada apoiando esta importante causa.
Jornalista
 

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