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Publicada em 17 de Setembro de 2024 às 11:32

PPP na educação gaúcha

Mozart Neves Ramos é titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira da USP de Ribeirão Preto e professor emérito da UFPE

Mozart Neves Ramos é titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira da USP de Ribeirão Preto e professor emérito da UFPE

Arquivo pessoal/Divulgação/JC
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Mozart Neves Ramos
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Os resultados do índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb), recentemente divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), mostraram que o Brasil melhorou de 2021 para 2023, mas, em geral, não retornou aqueles de 2019 - que, por sua, vez, já eram desafiadores para uma oferta de uma educação de qualidade.
Por outro lado, os países que já estavam bem na dianteira, em relação ao Brasil, tomando como referência os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), estão novamente em "voo de cruzeiro", após o baque provocado pela pandemia na aprendizagem escolar. Para isso, estão investindo fortemente na formação de seus professores e alunos usando plataformas digitais, inteligência artificial e as novas competências para se viver no século 21. Não foi à toa que o Pisa, na sua última edição, já incorporou o pensamento criativo no processo de avaliação, e já prepara para a próxima edição, a inclusão de competências digitais.
O nosso Rio Grande do Sul tem um grande desafio, após duas catástrofes - a pandemia e a climática, uma seguida da outra, de trazer essa educação do século 21 para seus professores e alunos. A operante secretária de Educação Raquel Teixeira está liderando, na sua área, uma grande coalizão de esforços, não só para uma forte recomposição da aprendizagem, mas para fazer avançar a educação gaúcha rumo às necessidades do século 21, mas não é simples.
Um dos caminhos que vejo para compor esses esforços é através da parceria público-privada (PPP). E por quê? As PPPs já vêm se mostrando bem relevantes em diversas áreas de governo, inclusive na própria educação, em particular na oferta de creches públicas, como vem fazendo Recife, com ótimos resultados. Mas, há ainda espaços importantes em que tais PPPs podem contribuir para acelerar os resultados educacionais, desde que bem estruturadas e planejadas - o tempo urge, mas não podemos fazer da urgência um caminho para eventuais erros.
Entendo que as PPPs podem ajudar, em muito, na área da educação, indo além da recuperação predial, mas também no que toca a formação de professores e alunos para uma educação integral - capaz de levá-los ao desenvolvimento pleno, em conformidade com o artigo 205 da Constituição Federal. Isso torna-se ainda mais relevante após esses dois traumas vividos pelo povo gaúcho - pandemia e climático. Pedra e cal são importantes na reconstrução desse estado, mas a verdadeira recuperação está nas pessoas, e a educação é elemento chave nesse processo.
Titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira da USP de Ribeirão Preto e professor emérito da UFPE
 

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