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Publicada em 16 de Maio de 2024 às 06:27

Não as agressões! Sim a solidariedade!

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Celso Ferlauto
Celso Ferlauto
O momento crítico que estamos vivendo no Rio Grande do Sul, não nos permite usar nossas redes sociais para extravasar nossas mágoas e críticas, agredindo pessoas, instituições e governos. Não é momento de divergências políticas, de discussões ideológicas, de acusações partidárias, de agressões verbais. Textos, áudios e vídeos postados sem antes verificar se são verdadeiros ou falsos não ajudam em nada esse momento crítico da comunidade, e, muito antes pelo contrário, só prejudicam e acirram ânimos.
Não se discute o trabalho incessante e arriscado dos voluntários, na busca de desabrigados e desalojados, mas não podemos desprezar o que fazem os Bombeiros Civis e Militares, a Brigada Militar, a Policia Civil, a Guarda Municipal, a Policia Federal, a Policia Rodoviária Estadual, a Policia Rodoviária Federal, o Exército, a Aeronáutica, a Marinha, os Governos Municipais, o Governo Estadual e o Governo Federal, todos, assim como os voluntários, imbuídos de fazer o seu melhor. Cada um de “per si” faz e entrega o que pode nesse momento crucial da vida dos gaúchos. Há falhas? Há Erros? Sim, pode haver. Mas não podemos esquecer que dentro das fardas e coletes das pessoas dessas instituições há seres humanos que podem, eventualmente, cometer algum deslize. Que atire a primeira pedra quem nunca errou!
Não podemos nos considerar os donos da verdade. Não temos o direito de santificar os voluntários e demonizar os demais. Não é aconselhável separar, dividir as iniciativas. É hora de darmos as mãos, de unirmos esforços, de sermos humildes, de ouvirmos em vez de falarmos, e baixar o tom dos impropérios. Não precisamos enaltecer nossos feitos, tripudiando os outros. O trabalho de quem é voluntário já está sendo plenamente reconhecido. Precisamos ser racionais e não emocionais.
Há que se conhecer outras realidades antes de se acusar governos e governantes. Não devemos dirigir nossa bílis às pessoas e instituições. Há décadas existe um sistema político errado e um pacto federativo que pune dolorosamente seus entes federados, os Municípios e os Estados. Para que se tenha uma ideia, em 1998 a dívida do Estado do Rio Grande do Sul com a União era de R$ 9,5 bilhões. O estado já pagou mais de R$ 35 bilhões, mas segundo o Governo Federal ainda devemos R$ 93 bilhões. O Rio Grande do Sul é o QUARTO Estado de maior economia do país, tendo a sua frente apenas São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Mas o sistema, a logística (?) tributária brasileira pune severamente no nosso Estado.
Vejamos, por exemplo, os últimos dados econômicos disponíveis do ano de 2021: o Rio Grande do Sul remeteu para a União em tributos federais gerados aqui, R$ 57 bilhões, recebendo de volta apenas R$ 13 bilhões em investimentos, ou seja, teve de volta aproximadamente 25% do que gerou. Basta pesquisar no Google que encontramos esses números.
A responsabilidade por esse descalabro é o Congresso Nacional que criou em 1988 esse mostro que centraliza tudo nas mãos do Executivo Federal, que suga as riquezas de Municípios e Estados, se dá o direito de adonar-se dos recursos, usa-os para manter a máquina pública e ajuda os políticos de Brasília a criarem aberrações como o Fundo Partidário de mais de R$ 5 bilhões, tudo para manter o “status quo” do circo brasiliense.
Jornalista

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