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Opinião

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- Publicada em 28 de Maio de 2023 às 07:10

O Perdão

Guilherme Azevedo Bacchin
Guilherme Azevedo Bacchin

É preciso. Saber viver e saber perdoar. Perdão humano, no seu próprio tempo, no tempo que for: mas que seja. O perdão é uma sacro-virtude humana, é a oração na prática. No que perdoa e no que é perdoado, a culpa joga dos dois lados. Sua prisão, num só.
Ao perdoar, damos leveza preciosas a quem precisa. É um ato de empatia ao próximo: e a nós mesmos. O perdão redime, também, aquele que perdoa. A culpa de carregar o ressentimento é uma amante infiel: filha bastarda da consciência.
É necessário perdoar, leitores; se doar, deixar livre, deixar ser. Humano.
O perdão é a empatia espiritualizada, um nível superior. Age na coragem: perdoar e ser perdoado.
A quem não perdoa, meus sentimentos: a dívida acumula dividendos. A quem não é perdoado, o fardo veste a farda da culpa. E pesa. Pense nisso.
Aparentemente, possuímos dom nato para julgarmos a todos e a tudo.
Julgamentos, deixemos para o nosso jovem judiciário, criança que ainda engatinha no solo de nossa história.
Não é nosso dever – nem direito – julgarmos: cada erro tem seu porquê.
Afinal, errar é humano e já dizia o bíblico: atire a primeira pedra.
Busque novos ares, leitor. Aprendi a perdoar na guerra do erro.
Saber que cada um tem sua história e motivos próprios, que não competem a mim nem a ninguém o veredicto; me apropriar do bem ao próximo me libertou de diversas maneiras:
- Somos todos um nesse todo global que se tornou a humanidade.
Perdoar é tarefa divina, porque é humana.
Mas, leitor, não pense que propago uma propaganda de perdão leviano por ele mesmo. É necessário perdoar e nos tornar mais leves, sim: mas perdoar, e não esquecer.
Perdoa a quem deve teu perdão: mas não esqueça o porquê. O porquê é um conectivo, nas gramáticas da vida, entre o perdão e a redenção. Deve ser compreendido e entendido de maneira clara.
Aos perdoados, agarrem a chance. Se superem. Cooperem com a dádiva do renascer. E não cometam, jamais, o erro de retornar à falha do mesmo errar.
O perdão é infinito. Assim como a bondade humana também é.
Escritor