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Opinião

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Artigo

- Publicada em 19 de Março de 2023 às 17:15

Demissões em massa nas big techs

Dario Perez
Dario Perez
Desde o segundo semestre de 2022, diversas empresas de tecnologia de grande porte, brasileiras e estrangeiras, demitiram muitos colaboradores, como Meta, IBM, Netflix, Microsoft, Amazon, Google, Salesforce, Tesla, além de startups, como Movile, IFood, Hotmart, Loft, Quinto Andar, Buser e Alice. Somente no acumulado do último trimestre do ano passado, já foram 63.830 empregados dispensados de suas ocupações.
De acordo com um levantamento realizado pela Reuters e CNBC, entre outubro de 2022 e janeiro de 2023 cerca de 70 mil profissionais foram diretamente afetados pela onda de demissões em massa, causando um impacto muito grande na economia e nas taxas de desemprego do País. Mas, o que motivou as chamadas big techs a agirem dessa maneira e tomarem decisões tão drásticas? Isso deve-se a diversos fatores, mas um dos principais é o custo elevado causado pela manutenção da taxa Selic, em 13,75% desde agosto de 2022. Isto traz diversas consequências para a economia e o mercado como um todo.
Com a alta da inflação e a política contracionista do Banco Central, os índices de consumo estão achatados e o acesso ao dinheiro está cada vez mais difícil, fazendo com que o poder de compra da população encolha e a capacidade de investimento diminua também. Portanto, com a redução do consumo das pessoas, o caixa obviamente também é menor. Tal cenário impacta as companhias de todos os segmentos e as empresas de tecnologia não são exceção. Portanto, o mercado de maneira geral busca alternativas para equacionar o novo patamar de receitas com seus compromissos mensais e investimentos previstos.
Outro fator determinante para que ocorresse essas demissões foi a escassez dos aportes financeiros nas startups e big techs. Devido ao custo alto do dinheiro, os fundos frearam os investimentos e passaram a escolher outras formas de remuneração, tornando-se muito mais criteriosos na seleção dessas startups, o que dificultou ainda mais o acesso a verba financeira. Além disso, o segmento sofreu uma onda bem ruim de startups que passaram a ser elefantes brancos, o que assusta o setor como um todo, resultando nas demissões e na escassez de verba para o crescimento desse ecossistema.
Mesmo diante dessas dificuldades, é importante afirmar que o mercado de tecnologia não está acabando, muito pelo contrário, ele estará em evidência por muitas décadas, mas a partir de agora essas empresas vão precisar pensar em realmente dar lucro. Cada vez mais vamos ver startups que querem virar unicórnio a qualquer custo sofrendo com prejuízos financeiros, enquanto aquelas que estão focadas em resolver de fato uma dor vão gerar lucro e contratar novos profissionais, como é o caso das empresas SaaS (Software as a Service, onde o Software é comercializado como serviço) e as micro SaaS (sistema no modelo "Software as a Service" com ultra foco em resolver uma ou duas demandas, de forma otimizada, com uma pequena e dedicada base de usuários), que para nós, é a grande aposta este ano. Concluo que teremos nos próximos meses um ponto de ruptura, mas o mercado vai se recuperar e continuar crescendo de forma exponencial.
CEO da Hyper Group, grupo de soluções