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Opinião

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- Publicada em 16 de Março de 2023 às 20:07

A crise do Silicon Valley Bank

Adriano Cássio Dallegrave
Adriano Cássio Dallegrave
Vem aí mais uma crise de grandes proporções como a de 2008 ou apenas um susto no mercado? Ainda é difícil precisar o tamanho do "terremoto financeiro" que a falência do Silicon Valley Bank ou (SVB) irá causar no mercado de capitais. Para se ter uma ideia da dimensão deste banco, ele figura entre os 20 maiores bancos dos Estados Unidos.
O SVB é conhecido por viabilizar investimentos em empresas inovadoras e startups e fez isso inclusive no Brasil. Existem várias empresas brasileiras que receberam investimentos e a pergunta que fica é: Elas serão afetadas por esta falência? Sabe-se que o banco já teve sob custódia mais de US$ 3 bilhões em custódia de valores envolvendo empresas brasileiras, mas atualmente a cifra é imprecisa.
Ainda é difícil calcular os impactos desse evento aqui no Brasil, mas a falência do banco pode afetar o valor de mercado dessas companhias e gerar demissões, fechamento de filiais e até falências. Outro fator é que em momentos como esse, historicamente há um corre-corre para garantir a liquidez dos depósitos. Mas o que aqui no Brasil chamamos de depósito compulsório, também existe nos Estados Unidos.
Para quem desconhece o termo, o depósito compulsório nada mais é do que um percentual do valor que o banco reserva dos depósitos feitos na sua instituição, percentual esse que serve justamente para promover liquidez e atenuar os prejuízos de uma eventual falência, no Brasil seu percentual é 20%. O mercado bancário americano também possui o chamado (depósito compulsório), mas lá é de 10% e também há um seguro obrigatório que cobre depósitos de até 250 mil dólares. Isso deve amenizar os prejuízos dos investidores, mas é importante considerar que este reembolso pode demorar a ocorrer.
Enquanto são contabilizados os prejuízos desta falência lá nos Estados Unidos, cabe ao governo federal e ao Banco Central do Brasil se antecipar a eventuais impactos e preparar políticas econômicas de resposta a esses eventos com a intenção de diminuir as consequências negativas deste cenário aqui no mercado brasileiro.
Ao empresariado brasileiro cabe ficar atento aos custos da matéria prima e se antecipar aos reflexos de uma possível queda do dólar e uma previsível alta da procura por ouro e outros investimentos mais conservadores como por exemplo, imóveis e fundos imobiliários uma vez que estes oferecem garantia mais sólida e menor inadimplência.
Advogado empresarial