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Opinião

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- Publicada em 30 de Novembro de 2022 às 00:35

Consequências da PEC Fura Teto

Jornal do Comércio
João Teodoro
João Teodoro
Apresentada ainda em 2016, no segundo mandato de Dilma Rousseff, mas que só tramitou em 2018, já no governo Temer, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 287/2016 revolucionaria a Previdência brasileira. De uma só penada, propunha unificar todos os subsistemas previdenciários do País: trabalhadores privados e servidores públicos dos três níveis de governo - União, estados, Distrito Federal e municípios, inclusive políticos, exceto os militares. O teto máximo para aposentadoria seria único, de R$ 5.531,31.
A reforma para valer acabou acontecendo no governo de Jair Bolsonaro. Sob os auspícios do ministro Paulo Guedes, a nova PEC nº 06 foi aprovada pelo Congresso no final de 2019. A tentativa inicial de economizar cerca de R$ 1,3 trilhão acabou frustrada. Todavia, restou garantida uma economia de R$ 786,4 bilhões. Quase R$ 800 bi, em 10 anos. A taxa Selic já atinge o patamar 13,75%. A economia brasileira, entretanto, vai bem. A inflação continua sob controle, ainda que graças à independência do Banco Central.
A proposta do novo governo para atrair investidores privados é, no mínimo, inconsequente. Ele propõe gastar 40% das receitas da União em investimentos públicos. O presidente eleito afirma que, "se a bolsa cair e o dólar subir, paciência! Cumprir a meta de inflação, sim, mas temos de ter meta de crescimento". Ora, como crescer com juros altos e bolsa em queda? Novos contratos financeiros estão sendo firmados a 14%, acima da Selic. O capital deixará de ser aplicado na economia real e irá para os títulos públicos. A política fiscal no Brasil ainda é frágil. Melhorá-la depende da Reforma Tributária.
O futuro presidente fala muito em política social. Economistas afirmam que o social depende de política fiscal. Não há que se falar em benefícios sociais se as contas públicas não estiverem ajustadas. Mas essa parece não ser a preocupação.
Presidente do Sistema Cofeci Creci
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