Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

EDITORIAL

- Publicada em 16 de Julho de 2015 às 00:00

A verdade financeira que atormenta o Estado


Jornal do Comércio
De liminar em liminar, o Rio Grande do Sul está no estertor das finanças. De um lado, prefeitos desesperados pela falta de verbas, principalmente na área da saúde. Apelam ao Judiciário com liminares que, sob a letra fria da lei, cede e determina bloqueios de verbas de um lado para pagar compromissos do outro.
De liminar em liminar, o Rio Grande do Sul está no estertor das finanças. De um lado, prefeitos desesperados pela falta de verbas, principalmente na área da saúde. Apelam ao Judiciário com liminares que, sob a letra fria da lei, cede e determina bloqueios de verbas de um lado para pagar compromissos do outro.
O governo do Estado diz que este mês está pior do que junho, e agosto terá que passar, para, só no seu final, amealhar dinheiro para honrar compromissos de julho. O governo anterior - como os mais antigos - foi driblando as dificuldades e a falta de recursos com empréstimos de diversas fontes e recorrendo aos depósitos judiciais.
Temos a visível estagnação da atividade econômica e, via de consequência, ocorre a queda na arrecadação de tributos, que também acontece em nível federal. A oposição no Estado promulgou a LDO sem reajuste para o funcionalismo em 2016, pois, em nível federal, apoia o ajuste fiscal. Em ambos os casos, as medidas duras e antipáticas são necessárias.
Os partidos da base federal se parecem, hoje, com o Syriza, da Grécia, esquerdista e que está engolindo medidas de austeridade que, até pouco tempo atrás, criticavam acidamente.
Decisões judiciais devem ser cumpridas, mas não se ouviu qualquer sugestão sobre de onde virá o dinheiro para sanear as contas públicas. Então, hoje, no Rio Grande do Sul, com liminares, protestos e críticas contra o governo, temos um ambiente político-administrativo em que todos estão se enganando, Executivo, Legislativo e Judiciário, reciprocamente.
Algumas vezes, de boa-fé, em outras ocasiões talvez até de má-fé. O fato é que, financeiramente, o Estado quebrou.
Fosse uma empresa, teria fechado. Ou, pelo menos, entraria em recuperação judicial, o que nos parece a comparação mais correta neste momento.
Apesar de tudo, não podemos desistir de promover melhorias na administração pública. Comprova-se, novamente, que o Rio Grande do Sul parece destinado a ter uma bipolaridade socioeconômica e financeira.
Ora somos o Estado da moda, em outros dias - como atualmente - surgimos à beira do abismo fiscal, da balança comercial e do crescimento deficitários. Quando tantos reclamam, o Rio Grande do Sul e o funcionalismo dos três Poderes precisam saber a sua verdade. Uma inquebrantável busca da verdade é que poderá corrigir os erros de governos que praticaram um irracionalismo financeiro unilateral.
Os prefeitos também se exasperam, pois o Estado deve aos municípios R$ 235 milhões referentes à saúde, com a promessa da Secretaria da Saúde de que serão feitos logo repasses às 497 prefeituras. Mas como vender esperança em um Estado e um País falidos?
Sem esquerdismos nem direitismos, dicotomia que só nos tem atrasado, temos, sim, condições de nos guiarmos em busca de dias melhores, sem as peias das paixões irracionais. A cura financeira do Rio Grande do Sul virá com a remoção dos obstáculos que nos impedem de agir. Porém, dentro da ordem, do planejamento, da disciplina e da consciência coletiva positiva.
Recorde-se que, por verdade, não há fórmulas de autoajuda social para se obter a felicidade ou a paz de espírito. O Estado deve interrogar-se antes de se tranquilizar na base do "isso só acontece com os outros, estamos livres". Recuperar as finanças estaduais é imprescindível.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO