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Opinião

Artigo

- Publicada em 19 de Agosto de 2014 às 00:00

O custo da fama


Jornal do Comércio
O homem é um ser coletivo. Jamais poderia viver isolado. Isso não quer dizer que momentos de solidão não sejam bem-vindos. Muito pelo contrário. Há raciocínios que precisam ser realizados junto ao alter ego, sem a inserção de interpretações externas. Entretanto, quando a fama de um indivíduo suplanta sua própria liberdade, essa solidão se torna um bem intangível, e as pessoas, frágeis para lidar com a superexposição ou com a intermitente pressão diária, acabam se entregando a um coquetel de remédios ou, não raro, às drogas.
O homem é um ser coletivo. Jamais poderia viver isolado. Isso não quer dizer que momentos de solidão não sejam bem-vindos. Muito pelo contrário. Há raciocínios que precisam ser realizados junto ao alter ego, sem a inserção de interpretações externas. Entretanto, quando a fama de um indivíduo suplanta sua própria liberdade, essa solidão se torna um bem intangível, e as pessoas, frágeis para lidar com a superexposição ou com a intermitente pressão diária, acabam se entregando a um coquetel de remédios ou, não raro, às drogas.
Robin Williams morreu. As celebridades estão morrendo. Os artistas estão morrendo. Anônimos também estão morrendo. O que explica essa onda de suicídios coletivos? A humanidade está adoecendo. À morte entrega sua incapacidade de suportar dissabores da fama e do prestígio, seja por excesso de exposição, seja pela perda de valores simples do cotidiano, como ir ao parque e curtir o pôr do sol em uma fria tarde de inverno. 
Artista ou anônimo, não importa. As pessoas estão cada vez mais frágeis e acanhadas. E não é o corpo que está enfraquecendo, mas sim o espírito. A resiliência da humanidade está sendo posta em xeque e cabe a cada indivíduo despertar sua força interna para suportar o genocídio espiritual que a sociedade pós-moderna anda introjetando. E a culpa, pasmem, é da civilidade – ou da falta dela.
Robin Williams partiu. Uma estrela que agora apagou seu brilho no céu. Ele foi um grande ator; contagiou milhões de pessoas por meio de seus filmes divertidos e inusitados. Afirmou, em personagens inesquecíveis, que a felicidade, temperada por largos sorrisos, é o principal combustível mundano, pois reduz desigualdades e afasta doenças que dominam a alma. E, inequivocamente, curar a alma, coletivamente, será o principal fator de transformação da sociedade. Caso contrário, o futuro é uma incógnita.
Bacharel em Direito

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