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Opinião

EDITORIAL

- Publicada em 04 de Agosto de 2014 às 00:00

Dilemas do Brasil que se ergue entre dificuldades


Jornal do Comércio
Não há situação socioeconômica tão feia ou difícil em qualquer cidade, estado ou mesmo no Brasil que não se possa descobrir alguma beleza em sua própria fealdade. Por exemplo, o Brasil possui três bônus e que permitiram, pelo menos até agora, embora as novas e sombrias previsões quanto ao crescimento do PIB e à inflação em 2014, proteção em relação à crise econômico-financeira mundial.
Não há situação socioeconômica tão feia ou difícil em qualquer cidade, estado ou mesmo no Brasil que não se possa descobrir alguma beleza em sua própria fealdade. Por exemplo, o Brasil possui três bônus e que permitiram, pelo menos até agora, embora as novas e sombrias previsões quanto ao crescimento do PIB e à inflação em 2014, proteção em relação à crise econômico-financeira mundial.
Esta, pelo menos, é a opinião de renomados analistas que citam que os três bons pressupostos expõem a beleza em meio à feiura da situação: a taxa de juros, os depósitos compulsórios e as reservas internacionais. Ou seja, em caso de necessidade, o Banco Central tem espaço para relaxar mais a política monetária e conta com recursos disponíveis para serem usados se o comércio externo precisar. E, tudo indica, o déficit em conta corrente mostra que será necessário recorrer a eles.
Mas, a liquidez interna e externa e os juros são três pilares que dão condições excepcionais para o governo. No cenário externo, a renegociação da dívida de países como a Grécia desanuviou o panorama europeu há um bom tempo. Houve uma solução negociada e que foi bem melhor do que um rompimento. Na época, foi um processo trabalhoso para que o renegociado, no caso a Grécia, valorizasse o que estava recebendo. Da mesma forma, o tamanho da perda líquida para os credores privados (haircut) precisava de um nível de conforto, para que não passasse a impressão de que o devedor levou vantagem. Atualmente, tudo indica que o mundo não tem problema de liquidez como o de 2012. A liquidez quer e vai trabalhar e o Brasil se aproveitou da liquidez internacional como poucos no mundo. Por isso, o real está sendo visto como uma das moedas de reserva. A crise no mundo contribui para diferenciar um país emergente que teve compromissos e coerência.
Ainda bem que há lampejos de otimismo em meio a tantas descrenças atuais, com um desassossego grande por conta de manifestações que, geralmente, têm descambado para a violência sem nada resolveram, como é hábito. Ora, se as previsões otimistas, de uns poucos, é verdade, se confirmarem, de fato milhões de brasileiros que sofreram com a hiper-inflação, juros altos, planos econômicos fracassados e desilusões políticas terão motivos para, ainda em vida, vibrarem com o novo patamar que o País alcançará. Não foi fácil nem começou ontem, conforme, ajuizadamente, tem revelado a presidente Dilma Rousseff (PT), para quem o trabalho de base de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi muito importante, com o Plano Real e a Unidade Real de Valor, a URV, na fase de transição. E foi algo de fato extraordinário. Em um final de semana o Brasil trocou de moeda e os preços começaram a ficar estabilizados. Era o início do fim da hiper-inflação, que chegou a 80% ao mês, um escândalo nacional e mundial, apesar de que a Alemanha, na Primeira Guerra Mundial, passou por problema até pior. Mas a desgraça alheia jamais pode servir de consolo para as nossas mazelas e achaques socioeconômicos. Apenas de lição para que sejam evitados os mesmos erros e buscados os mesmos acertos. Então, que estes pressupostos contra a crise sejam confirmados e possam ser aplicados ainda em 2014.
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