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Opinião

Artigo

- Publicada em 29 de Julho de 2014 às 00:00

Icebergs de desenvolvimento


Jornal do Comércio
O estágio atual de desenvolvimento da economia brasileira e do seu arcabouço institucional é bastante eficiente em trazer desenvolvimento às regiões que estão hoje em um padrão de renda baixo ou baixo-médio, e possui grande dificuldade em gerar desenvolvimento consistente a regiões que já atingiram o padrão médio ou médio-alto de renda.
O estágio atual de desenvolvimento da economia brasileira e do seu arcabouço institucional é bastante eficiente em trazer desenvolvimento às regiões que estão hoje em um padrão de renda baixo ou baixo-médio, e possui grande dificuldade em gerar desenvolvimento consistente a regiões que já atingiram o padrão médio ou médio-alto de renda.
Essa é uma das explicações para o crescimento maior de regiões como o Centro-Oeste e o Nordeste brasileiro nas últimas duas décadas, e uma relativa estagnação das regiões Sudeste e Sul. Ao buscar explicações simplistas do tipo “as políticas e os recursos federais se destinam em maior proporção às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste”, a grande causa dessa diferença é o grau de complexidade que é exigido por parte de regiões industriais e pós-industriais competitivas, localizadas principalmente no Sudeste e Sul, para que possam construir diferenciais em relação a outras regiões produtivas do mundo, suas competidoras. Isso tudo porque, obviamente, em um País com a extensão do Brasil, não existem regiões homogêneas, e sim icebergs de desenvolvimento com nível de renda média e média alta, conectados à economia global, e que dependem de alta produtividade na indústria, agronegócio ou serviços para que possam manter sua qualidade de vida no futuro. Esses icebergs, tradicionalmente localizados no Sudeste e Sul, têm se expandido pontualmente para as demais regiões. O modelo para a continuidade do desenvolvimento, principalmente industrial, das regiões Centro-Oeste e Nordeste é mais simples, por se tratar da implementação tardia do mesmo modelo que se consolidou no Sudeste (São Paulo, principalmente), com algumas ilhas na região Sul no período 1960-1980, com muita migração de empresas dessas regiões e um grau de agregação de valor de nível médio.Já para que as regiões industriais e pós-industriais de renda média do País tenham maior impulso, é preciso maior atenção à infraestrutura, logística, recursos humanos qualificados, marketing de região e à governança das cidades que as sediam. Isso sem falar na contenção do processo de desindustrialização que temos sofrido.
Economista da Agência Futuro
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