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Opinião

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- Publicada em 24 de Julho de 2014 às 00:00

A Copa do voto


Jornal do Comércio
Terminou a Copa do Futebol. Nos próximos dois meses, vamos viver a Copa do voto. No mundo da bola, as seleções passam dois anos, ou mais, disputando as eliminatórias até classificarem-se para o torneio final, decisivo, então regadas a todos os privilégios festivos. Na competição eleitoral, os candidatos submetem-se, também, às eliminatórias dentro dos partidos a que estão filiados, que, ao final, listam aqueles tidos como mais capacitados para a disputa do torneio decisivo, a campanha, em um clima não tão festivo, ao contrário, revestido de muitas armadilhas.
Terminou a Copa do Futebol. Nos próximos dois meses, vamos viver a Copa do voto. No mundo da bola, as seleções passam dois anos, ou mais, disputando as eliminatórias até classificarem-se para o torneio final, decisivo, então regadas a todos os privilégios festivos. Na competição eleitoral, os candidatos submetem-se, também, às eliminatórias dentro dos partidos a que estão filiados, que, ao final, listam aqueles tidos como mais capacitados para a disputa do torneio decisivo, a campanha, em um clima não tão festivo, ao contrário, revestido de muitas armadilhas.
No futebol, as disputas são em estádios padrão Fifa, na grama especial e arbitragem selecionada. Na competição do voto, os jogos se desenrolam em ambientes diversificados em um corpo a corpo em “campinhos carecas” de esquinas, em becos sem saída, estradas embarradas e esburacadas. Nem tudo é asfalto, e os árbitros são os eleitores, severos, que não aliviam as penas para os que erram levando-os à derrota e ao título de pernas-de-pau. Durante a Copa no Brasil, veio a lembrança da outra disputa realizada em nosso País no ano de 1950. Há 64 anos, a seleção brasileira perdeu o jogo final para o Uruguai por 2 a 1 diante do maior público que o Maracanã recebeu em sua história: 170 mil pessoas. Derrota que ficou registrada pelos hermanos uruguaios como o “maracanazo”. Nesta Copa de 2014, nosso selecionado livrou-se do Maracanã com antecedência, mas de forma também fiasquenta, hecatômbica, que acabou virando “mineiraço” na linguagem germânica ainda sem tradução. No Google, estou folhando a revista “O Cruzeiro” de 15 de outubro de 1960 e nela encontro uma crônica de Rachel de Queiroz sobre as eleições que iriam transcorrer naquele momento no País. Guardando as devidas proporções, as diversas características de época, deixo um trecho de Rachel para que, na hora de entrar em campo para enfrentar as urnas eletrônicas, não tenhamos o vexame de um “maracanazo” ou um “mineiraço”: “Votem, irmãos, votem. Mas pensem bem antes. Votar não é assunto indiferente, é questão pessoal, e quanto! Escolham com calma, pesem e meçam os candidatos, com muito mais paciência e desconfiança do que se estivessem escolhendo uma noiva...” 
Jornalista
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