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Opinião

Editorial

- Publicada em 10 de Julho de 2014 às 00:00

Com ou sem derrota, mais educação e saúde


Jornal do Comércio
A sensação que os brasileiros têm, desde o entardecer do dia 8 de julho, é a de que o mundo caiu sobre suas cabeças. No caso, a Copa do Mundo. Nem o maior pessimista poderia prever algo como 7 a 1 para os alemães, ainda que uma derrota, como sempre no esporte, pudesse ser admitida. Pelo menos em nome do ideal olímpico, no qual o importante é disputar, concorrer. Para quem, criança, “ouviu” o silêncio que se abateu sobre uma Porto Alegre naturalmente calma, em 1950, após a derrota para o Uruguai no Maracanã, passar por outra frustração deu dor de cabeça. Jamais, como no “Maracanazo”, nos livraremos da data e de resultado tão fatídicos. Evidentemente, temos que rever alguns conceitos, começando que o futebol está sendo, cada vez mais, praticado por atletas fortes e muito disciplinados taticamente. O drible, o toque de bola e a ginga devem ser usados com parcimônia, prevalecendo, sempre, a marcação sobre os adversários. Porém, e é isso o que interessa, no rescaldo do insucesso, o motivo de novas depredações e os pedidos de grupos para que, em vez de realizar a Copa do Mundo, o Brasil tivesse se preocupado em dar ao povo mais educação, saúde e segurança. Tudo bem, ninguém discorda dos pleitos.
A sensação que os brasileiros têm, desde o entardecer do dia 8 de julho, é a de que o mundo caiu sobre suas cabeças. No caso, a Copa do Mundo. Nem o maior pessimista poderia prever algo como 7 a 1 para os alemães, ainda que uma derrota, como sempre no esporte, pudesse ser admitida. Pelo menos em nome do ideal olímpico, no qual o importante é disputar, concorrer. Para quem, criança, “ouviu” o silêncio que se abateu sobre uma Porto Alegre naturalmente calma, em 1950, após a derrota para o Uruguai no Maracanã, passar por outra frustração deu dor de cabeça. Jamais, como no “Maracanazo”, nos livraremos da data e de resultado tão fatídicos. Evidentemente, temos que rever alguns conceitos, começando que o futebol está sendo, cada vez mais, praticado por atletas fortes e muito disciplinados taticamente. O drible, o toque de bola e a ginga devem ser usados com parcimônia, prevalecendo, sempre, a marcação sobre os adversários. Porém, e é isso o que interessa, no rescaldo do insucesso, o motivo de novas depredações e os pedidos de grupos para que, em vez de realizar a Copa do Mundo, o Brasil tivesse se preocupado em dar ao povo mais educação, saúde e segurança. Tudo bem, ninguém discorda dos pleitos.
No entanto, não realizar a Copa depois que o Brasil exultou, em 2007, quando foi o país escolhido para realizá-la resolveria mesmo esses problemas como em um passe de mágica? Certamente que não. Contudo, essa pauta deve continuar no debate político, especialmente com relação ao pleito deste ano para presidente, governadores e parlamentares estaduais e federais.
Os protestos sem vandalismo são admissíveis, mas se esvaíram diante dos jogos da Copa do Mundo e dos desmandos contra o patrimônio público e privado. E, se a polícia age, está reprimindo movimentos sociais. Se não faz nada, os prejudicados reclamam, com muita razão. Com a Copa do Mundo entrando nos dois jogos finais e a acachapante derrota da incensada seleção, resta, como sempre, aproveitar a lição. E, incrivelmente, provando um dos motivos pelos quais nos venceram e, hoje, comandam a recuperação econômico-financeira da União Europeia, coube a jogadores da Alemanha pedirem aos brasileiros aquilo que também queremos, ainda sofrendo com a goleada: calma, análises, reformulações, mais planejamento e entender que não há, mais, uma supremacia no futebol como até alguns anos. Nos quatro finalistas de 2014, estão em campo 10 títulos mundiais, apenas a Holanda ainda não venceu a Copa do Mundo. Então, comecemos a pensar no pós-Copa e quando teremos, em um mesmo ano, o grande evento cívico que é a escolha dos nossos governantes maiores.
Planejar é a palavra de ordem e, no campo como fora dele, é disso que o Brasil precisa, mesmo enxugando as lágrimas sofridas pela derrota. Lágrimas, aliás, que rolaram em rostos de crianças, o que nos fez reviver aquilo que milhares sentiram na Porto Alegre de 1950, em um domingo calmo como sempre mas que fez descer um silêncio. Planejar, preparar atletas e esquecer do futebol arte por um tempo. Até porque, os nossos estão, na maioria, atuando na Europa e, por isso, assimilando a maneira de jogar pragmática do Velho Mundo, como sabemos há muitos anos. Enfim, tudo na vida serve como aprendizado. Até – talvez mais ainda – as derrotas esportivas.
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